CONSUMO DE MEDICAMENTOS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
Medication and pandemics relation
DOI:
https://doi.org/10.13037/2359-4330.8632Palavras-chave:
Aumento, Automedicação, Consumo de medicamentos, Covid-19, Medicamentos, PandemiaResumo
- INTRODUÇÃO: O início da pandemia do covid-19 implicou isolamento social, o que dificultou o acesso a serviços de saúde, o que poderia gerar aumento de consumo de medicamentos, por conta própria ou prescrição médica. Ressalta-se também a influência de propagandas popularizando medicamentos sem eficácia comprovada.
- OBJETIVO: O presente estudo analisou se ocorreu maior frequência do uso de medicamentos durante o isolamento social, correlacionando o fato com fatores como idade, sexo, classes medicamentosas, aumento da posologia dos fármacos e consumo com ou sem indicação.
- 3 .MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UNIFAE, CAAE 36933020.7.0000.5382. Trata-se de uma pesquisa transversal realizada através de um questionário no Google Forms, com questões abertas e fechadas. Para verificação de dados foram utilizadas ferramentas de análises estatísticas descritivas.
- RESULTADOS: Foram analisadas 566 respostas do questionário, foi constatado que 49,82% dos participantes utilizam medicamentos de uso contínuo, das quais 19,85% necessitaram aumentar dose. Ademais, 57,06 % dos participantes relataram uso de algum outro tipo de medicamento durante a pandemia, sendo estes 74,6 % analgésicos, 48,91% vitaminas, 48,29% antitérmicos, 42,72% anti-inflamatórios, 24,76% antidepressivos e ansiolíticos, 17,95% antibióticos, 16,71% ivermectina, 4,02% nitazoxanida e 1,54% cloroquina.
- CONCLUSÕES: Conclui-se, portanto, que as principais classes de medicamentos utilizadas foram os analgésicos, antitérmicos e vitaminas, com aumento na frequência de consumo. Tal utilização emergiu do intuito de reforçar o sistema imunológico, tratar sintomas febris, e tratar queixas relacionadas a dores, mesmo sem prescrição médica.
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