CARGA DE TRABALHO E DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

Autores

  • Clesnan Mendes-Rodrigues Universidade Federal de Uberlândia
  • Karine Ellen Soares Costa Universidade Federal de Uberlândia
  • Arthur Velloso Antunes Universidade Federal de Uberlândia
  • Fabíola Alves Gomes Universidade Federal de Uberlândia
  • Geraldo Júnior Rezende Universidade Federal de Uberlândia
  • Durval Veloso Silva Universidade Federal de Uberlândia

DOI:

https://doi.org/10.13037/ras.vol15n53.4159

Palavras-chave:

Dimensionamento, enfermagem, sistema de classificação de pacientes, carga de trabalho, nursing activities score

Resumo

Embora escores com intuito de calcular a carga de trabalho em enfermagem sejam comuns, ainda são pouco utilizados na realidade brasileira de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Nesse contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar o Nursing Activities Score (NAS) em quatro UTI de um Hospital Universitário, e verificar a relação do NAS com o Sistema de Classificação de Pacientes (SCP), proposta por Santos et al., em uma UTI Adulto, e o efeito sobre o dimensionamento de enfermagem. Todos os escores tiveram distribuição assimétrica e mostraram-se concentrados nas primeiras classes de distribuição. O NAS foi dependente do plantão de avaliação somente para as duas unidades de UTI Neonatal, enquanto não diferiu entre as demais. As UTI Neonatal Tipo III e a Pediátrica indicaram os maiores escores médios e a Neonatal Tipo II o menor. Apesar das diferenças entre plantões para os escores do NAS, o dimensionamento não foi dependente do plantão. O SCPA e o NAS levaram a um dimensionamento diferente, sendo maior para o último, mesmo os dois mostrando-se correlacionáveis. O NAS apresentou boa aplicabilidade nas unidades avaliadas e o sistema de classificação de paciente mostrou-se pouco efetivo em discriminar os pacientes na UTI Adulto, principalmente pela baixa representatividade de pacientes de cuidados mínimos e intermediários. A presença de diferenças entre plantões pode estar relacionada ao maior conhecimento dos pacientes da equipe da manhã, reforçando a necessidade de compreender a avaliação de paciente por diferentes profissionais ou momentos.

 

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Biografia do Autor

Clesnan Mendes-Rodrigues, Universidade Federal de Uberlândia

Enfermeiro no Hospital de Clínicas de Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil. Doutor em Ecologia pelo Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais, Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia. Graduando em Estatística pela Faculdade de Matemática, Universidade Federal de Uberlândia.

Karine Ellen Soares Costa, Universidade Federal de Uberlândia

Graduada em Enfermagem pela Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.

Arthur Velloso Antunes, Universidade Federal de Uberlândia

Docente no curso de graduação em Enfermagem pela Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.

Fabíola Alves Gomes, Universidade Federal de Uberlândia

Docente do curso de graduação em Enfermagem da Faculdade de Medicina. Enfermeira no Hospital de Clínicas de Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.

Geraldo Júnior Rezende, Universidade Federal de Uberlândia

Enfermeiro no Hospital de Clínicas de Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.

Durval Veloso Silva, Universidade Federal de Uberlândia

Enfermeiro no Hospital de Clínicas de Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.

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Publicado

2017-10-18

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS