QUALIDADE VOCAL DOS PROFESSORES DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA EM BELÉM, PARÁ
DOI:
https://doi.org/10.13037/ras.vol16n58.5427Palavras-chave:
medicina do trabalho, disfonia, docência, qualidade de vida, otorrinolaringologiaResumo
Objetivo: avaliar a prevalência de distúrbios vocais em professores dos Campi de uma universidade pública em Belém, Pará. Método: estudo prospectivo, transversal e descritivo, o qual envolveu 188 docentes entrevistados por meio de um questionário autoaplicável acerca da qualidade de voz, no período de abril de 2014 a março de 2015. Resultados: dos sintomas questionados: 99 (53,2%) referiram irritação na garganta; 77 (40,9%) relataram pigarro; 75 (33,9%) queixaram-se de rouquidão; e 48 (25,5%) disseram ter sensação de corpo estranho na garganta. Dos fatores de risco: apenas 24 (12,8%) eram tabagistas; 130 (69,1%) trabalhavam até 40 horas/semana; 162 (86,2%) lidavam com no máximo 40 alunos/sala. Dos fatores de proteção: 113 (60,1%) praticavam atividade física; 79 (42%) receberam orientações de proteção laboral; 63 (33,5%) realizavam algum cuidado especial com a voz; 80 (42,5%) relataram ingerir água adequadamente. Conclusão: houve baixa prevalência de distúrbios vocais, sendo a irritação na garganta o sintoma mais referido. Evidenciou-se correlação estatisticamente significante entre a prática de exercício físico, como fator de proteção, e a sensação de corpo estranho na garganta, assim como, entre a prática de cuidados especiais, como fator de risco, e a rouquidão. Ressalta-se a necessidade de assistência multiprofissional para o correto exercício da docência.Descritores: medicina do trabalho; disfonia; docência; qualidade de vida; otorrinolaringologia.
Downloads
Referências
Koufman J, Isaacson, G. The spectrum of vocal dysfunction. Otolaryngol Clin N Am 1991; 24: 985-8.
Verdolini K, Ramig L. Review: occupational risk for voice problems. Log PhonVocol 2001; 26: 37-46.
Preciado-López J, Pérez-Fernández C, Calzada-Uriondo M, Preciado-Ruiz P. Epidemiological study of voice disorders among professionals of La Rioja, Spain. J Voice 2008; 22: 489-508.
Roy N, Merril RM, Thibeault S, Parsa RA, Gray SD, Smith EM. Prevalence of voice disorders in teachers and the general population. J Speech Lang Hear Res 2004; 47: 281-93.
Smith E, Gray SD, Dove H, Kirchner L, Heras H. Frequency and effects of teacher's voice problems. J Voice 1997; 11: 81-7.
Delcor NS, Araújo TM, Reis EJFB, Porto LA, Carvalho FM, Silva MO, et al. Labor and health conditions of private school teachers in Vitória da Conquista, Bahia, Brazil. Cad Saúde Públ 2004; 20: 187-96.
Ferreira LP, Giannini SPP, Latorre MRDO, Zenari MS. Distúrbio de voz relacionado ao trabalho: proposta de um instrumento para avaliação de professores. Distúrb Comun 2007; 19: 127-36.
Simões M, Latorre MRDO. Prevalência de alteração vocal em educadoras e sua relação com a auto-percepção. Rev Saúde Públ 2004; 40: 1013-8.
Sapienza CM. Effects of sound-field frequency modulation amplification on reducing teachers sound pressure level in the classroom. J Voice 1999; 13: 375-81.
Jardim R. Voz, trabalho docente e qualidade de vida [dissertação de mestrado]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Medicina; 2006.
Wilson JA, Deary IJ, Millar A, Mackenzie K. The quality of life impact of dysphonia. Clin Otolaryngol Allied Sci 2002; 27: 179-82.
Schwartz SR, Cohen SM, Dailey SH, Rosenfeld MR, Deutsch ES, Gillespie MB, et al. Clinical practice guideline: hoarseness (dysphonia). Otoloryngol Head Neck Surg 2009; 141.
Behlau M, Dragone MLS, Nagano L. A voz que ensina: o professor e a comunicação oral em sala de aula. Rio de Janeiro: Revinter; 2004.
Zambon F, Behlau M. Bem-estar vocal: uma nova perspectiva de cuidar da voz. São Paulo: SINPRO-SP/CEV; 2006.
Smith E, Kirchner HL, Taylor M, Hoffman H, Lemke JH. Voice problems among teachers: differences by gender and teaching characteristics. J Voice 1998; 12: 328-34.
Coyle S, Weinrich BD, Stemple JC. Shifts in relative prevalence of laryngeal pathology in a treatment-seeking population. J Voice 2001; 15: 424-40.
Titze IR, Lemke J, Montequin D. Populations in the U.S. workforce who on voice as a primary tool of trade: a preliminary report. J Voice 1997; 11: 254-9.
Kasama ST, Martinez EZ, Navarro VL. Proposta de um programa de bem estar vocal para professores: estudo de caso. Distúrb Comun 2011; 23(1): 35-42.
Fabrício MZ, Kasama ST, Martinez EZ. Qualidade de vida relacionada à voz de professores universitários. Rev CEFAC, São Paulo, 2010.
Palheta ACP , Costa IM, Lago LB, Gomes PH, Palheta Neto FX. Distúrbios vocais em professores do centro de ciências da saúde da Universidade Federal do Pará. In: Anais do 13º Congresso da Associação Nacional de Medicina do Trabalho; 2007; Vitória, Brasil.
Palheta Neto FX, Rebelo Neto OB, Ferreira Filho JSS, Palheta ACP, Rodrigues LG, Silva FA. Relação entre as condições de trabalho e a autoavaliação em professores do ensino fundamental. Arq Int Otorrinolaringol 2008; 12: 230-8.
Guimarães I. Os problemas de voz nos professores, prevalência, causas, efeitos e formas de prevenção. Rev Port de Saúd Públ 2004; 22: 33-41.
Bovo R, Galceran M, Petruccelli J, Hatzopoulos S. Vocal problems among teachers: evaluation of a preventive voice program. J Voice 2007; 21: 705-22.
Simões-Zenari M, Bitar ML, Nemr NK. Efeito do ruído na voz de educadoras de instituições de educação infantil. Rev Saúd Públ 2012; 46: 657-64.
Fernandez CAP, López JP. Nódulos de cuerdasvocales. Actores de riesgo em los docentes: estúdio de casos e controles. Acta Otorrinolaringol Esp 2003; 54: 253-60.
Kooijman PG, Thomas G, Graamans K, Jong FI. Psychosocial impact of the teachers voice throughout the career. J Voice 2007; 21: 316-24.
Przysiezny PE, Przysiezny LT. Distúrbio de voz relacionado ao trabalho. Braz J Otorhinolaryngol 2015; 81(2): 202-11.
Soares LJP. Os impactos financeiros dos acidentes do trabalho no orçamento brasileiro: uma alternativa política e pedagógica para redução dos gastos [monografia]. Brasília: Instituto Serzedello Corrêa; 2008.
Marçal C, Peres M. Alteração vocal auto-referida em professores: prevalência e fatores associados. Rev Saúd Públ 2011; 45(3): 503-11.
Cielo C, Ribeiro V, Hoffmann C. Sintomas vocais de futuros profissionais da voz. Rev CEFAC 2015; 17(1): 34-43.
Giannini S, Latorre M, Ferreira L. Questionário Condição de Produção Vocal - Professor: comparação entre respostas em escala Likert e em escala visual analógica. CoDAS 2016; 28(1): 53-8.
Martins RHG, Pereira ERBN, Hidalgo CB, Tavares ELM. Voice Disorders in Teachers. A Review. J Voice 2014; 28(6): 716–24.
Pignatari SSN, Anselmo-Lima WT. Tratado de Otorrinolaringologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2018
Dragone MLS, Ferreira LP, Giannini SPP, Simões-Zenari M, Vieira VP, Behlau M. Voz do professor: uma revisão de 15 anos de contribuição fonoaudiológica. Rev Soc Bras Fonoaudiol 2010; 15(2): 289-96.
Azevedo L, Vianello L, Oliveira H, Oliveira I, Oliveira B, Silva C. Queixas vocais e grau de disfonia em professoras do ensino fundamental. Rev Soc Bras Fonoaudiol 2009;14(2):192-6.
Pizolato R, Mialhe F, Cortellazzi K, Ambrosano G, Cornacchioni Rehder M, Pereira A. Avaliação dos fatores de risco para distúrbios de voz em professores e análise acústica vocal como instrumento de avaliação epidemiológica. Rev CEFAC 2013;15(4):957-66.
Servilha EAM, Mestre LR. Adoecimento vocal em professores e estratégias para sua superação. Distúrb Comun 2010; 22(3): 231-9.
Fuess VLR, Lorenz MC. Disfonia em professores do ensino municipal: prevalência e fatores de risco. Rev Bras Otorrinolaringol 2003.
Caporossi C, Ferreira LP. Sintomas vocais e fatores relativos ao estilo de vida em professores. Rev CEFAC 2011; 13(1): 132-9.
Choi-Cardim K, Behlau M, Zambon F. Sintomas vocais e perfil de professores em um programa de saúde vocal. Rev CEFAC 2010; 12(5): 811-9.
Servilha EAM, Pereira PM. Condições de trabalho, saúde e voz em professores universitários. Rev Ciênc Méd 2008; 17(1): 21-31.
Toitio RD. O trabalho feminino frente ao domínio do Capital. In: Anais do III Simpósio Lutas Sociais na América Latina; 2008; Paraná, Londrina.
Bassi IB, Assunção AA, Gama ACC, Gonçalves LG. Características clínicas, sociodemográficas e ocupacionais de professores com disfonia. Distúrb Comun 2011; 23(2): 173-80.
Camargo EMC, Oliveira MP, Rodriguez-Anez CR, Hino AAF, Reis RS. Estresse percebido, comportamentos relacionados à saúde e condições de trabalho de professores universitários. Psicol Argum 2013; 31: 589-97.
Santos MN, Marques AC. Condições de saúde, estilo de vida e características de trabalho de professores de uma cidade do sul do Brasil. Cienc Saude Colet 2013; 18(3): 837-46.
Vieira AC, Behlau M. Análise de voz e comunicação oral de professores de curso pré-vestibular. Rev. soc. bras. Fonoaudiol 2009; 14: 346-351
Penteado RZ, Pereira ITB. Qualidade de vida e saúde vocal de professores. Rev. Saúde Pública 2007; 41: 236-243.
Servilha EAM, Roccon PF. Relação entre voz e qualidade de vida em professores universitários. Rev. CEFAC 2009; 11: 440-448
Hausberger CSV, Gonsalez CAG, Guirado DS, Zanellato MA, Cardoso SMS, Lacerda ABM. Estudo exploratório sobre o hábitos populares relacionados aos cuidados auditivos e vocais. Ciência e Cultura 2013; 47: 29-40.
Steffani JA, Vieceli VCB, Grasel CE. Saúde vocal e nível de atividade física dos profissionais de Educação Física. EFDeportes.com Rev Digit 2011.
Holmen TL, Barrett-Connor E, Clausen J, Holmen J, Pjemer L. Physical exercise, sports, and lung function in smoking versus nonsmoking adolescents. Eur Respir J 2002; 19: 8-15.
McHenry M, Evans J. Aerobic Exercise as a Warm-Up for Singing: Aerodynamic Changes. J Voice 2016; 30: 693-697.
Caldeira AP, Barbosa LARR, Souza JEM, Medeiros MRB, Silva MS, Pereira NMN, et al. Atividade Física e a Qualidade de Vida em Voz, In: Anais do 10º Fórum de Ensino, Pesquisa, Extensão e Gestão; 2016; Montes Claros, Brasil.
Gampel D, Karsch UM, Ferreira LP. Envelhecimento, voz e atividade física de professores e não professores. Rev Soc Bras Fonoaudiol 2008; 13:218-25.
Primov-Fever A, Lidor R, Meckel Y, Amir O. The Effect of Physical Effort on Voice Characteristics. Folia Phoniatr Logop 2013; 65:288-93.
Ortiz E, Costa EA, Spina AL, Crespo AN. Proposta de modelo de atendimento multidisciplinar para disfonias relacionadas ao trabalho: estudo preliminar. Rev. Bras. Otorrinolaringol 2004; 70: 590-596.
Medaglia NC, Sass N, Leonel MLZL. Sintomas vocais relacionados à hidratação monitorada. In: V Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Científica do Cesumar; 2008; Maringá, Paraná.
lves LA, Robazzi MLCC, Marziale MHP, Felippe ACN, Romano CC. Alterações da saúde e a voz do professor, uma questão de saúde do trabalhador. Rev Latino-am Enfermagem 2009; 17(4).
Alva A, Machado M, Bhojwani K, Sreedharan S. Study of Risk Factors for Development of Voice Disorders and its Impact on the Quality of Life of School Teachers in Mangalore, India. J Clin Diagn Res 2017; 11(1): 01-5.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Proposta de Política para Periódicos que oferecem Acesso Livre Adiado
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma licença
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).