CONHECIMENTOS E OPINIÕES DE ADOLESCENTES SOBRE ABORTAMENTO
DOI:
https://doi.org/10.13037/ras.vol15n53.4654Palabras clave:
Abortamento, adolescente, direitos reprodutivos, educação sexual, saúde sexualResumen
Introdução: O tema abortamento ainda possibilita múltiplas interpretações e representa interesses diversos para as instituições sociais, entre as quais não existe uma posição consensual sobre a questão, mesmo ela estando pautada como um grave problema de saúde pública. Objetivos: Identificar o conhecimento e a opinião de adolescentes do ensino médio sobre abortamento, observando quais variáveis se alteram conforme o maior grau de escolarização. Método: Trata-se de um estudo descritivo envolvendo 302 adolescentes de ambos os sexos, na faixa etária entre 14 e 20 anos, que cursavam o ensino médio em três escolas estaduais do município de Embu das Artes (SP). Utilizou-se como instrumento de coleta de dados um questionário semiestruturado de múltipla escolha e autoaplicável em sala de aula. Resultados: Os dados obtidos demonstraram que há forte influência de conceitos religiosos e morais na estruturação dos conhecimentos sobre o tema e que tais conceitos têm modulado as opiniões sobre a legislação vigente no país. Em relação aos métodos para a realização de abortamento, observou-se maior percentual de adolescentes que conhecem pequenas cirurgias (50,66%), seguido por aqueles que citam chá de maconha (34,43%) e objetos pontiagudos (27,48%). Em relação às fontes de informação sobre abortamento, detectou-se resultados significativos estatisticamente apenas para revista/jornal (p=0,001) e TV (p=0,003). Sobre a opinião em relação ao tema, 55,63% dos participantes se colocaram contra a realização do abortamento e 82,45% se mostraram favoráveis em casos de gravidez resultante de estupro. Conclusão: A formulação de conhecimentos sobre a temática foi pautada na legalidade, aumentando sua intensidade de acordo com a maior escolarização dos respondentes, enquanto a opinião dos participantes refletiu o ideário social dominante.
Descargas
Citas
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Atenção humanizada ao abortamento: norma técnica. 2a ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2011. (Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, Caderno no. 4).
Organización Mundial de la Salud. Aborto sin riesgos: guía técnica y de políticas para sistemas de salud. 2a ed. Uruguay: OMS; 2012.
Pilecco FB, Knauth DR, Vigo A. Aborto e coerção sexual: o contexto de vulnerabilidade entre mulheres jovens. Cad Saúde Pública. 2011;27(3):427-39.
Brasil. Sistema Único de Saúde. Sistema de Informações sobre Mortalidade. Painel de monitoramento da mortalidade materna [Internet]. Brasília, DF; 2013 [citado em 2015 mar 12] Sistema de Informações sobre Mortalidade. Painel de monitoramento da mortalidade materna. Disponível em: https://goo.gl/v4cT3Q
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Aborto e saúde pública no Brasil: 20 anos. Brasília: Ministério da Saúde; 2009. (Série B. Textos Básicos de Saúde).
Mortari CLH, Martini JG, Vargas MA. Representações de enfermeiras sobre o cuidado com mulheres em situação de aborto inseguro. Rev Esc Enferm USP. 2012;46(4):914-21.
Diniz D. Aborto e saúde pública no Brasil. Cad Saúde Pública. 2007;23(9):1992-3.
Vasconcelos M. Corpo, sexualidade e aborto: o jogo político de significações. Rev Grifos. 2004;(16):95-127.
Zanatta LF, Grein MI, Álvarez-Dardet C, Moraes SP, Brêtas JRS, Ruiz-Cantero MT, et al. Igualdade de gênero: por que o Brasil vive retrocessos? Cad Saúde Pública. 2016;32(8):1-2.
Camargo TMCR. O debate sobre aborto e zika: lições da epidemia de aids. Cad Saúde Pública. 2016;32(5):1-3.
Gil, AC. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas; 2006.
Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos [Internet]. Diário Oficial da União. Brasília, n. 12, p. 59, 13 jun 2013 [citado em 2015 nov 15]. Disponível em: https://goo.gl/ik9llL
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Magnitude do aborto no Brasil: aspectos epidemiológicos e socioculturais: abortamento previsto em lei em situações de violência sexual. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2008.
Conselho Federal de Medicina. Resolução nº 1.989, de 14 de maio de 2012. Dispõe sobre o diagnóstico de anencefalia para antecipação terapêutica e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF; 14 maio 2012. Seção I, p. 308-309.
Diniz D, Corrêa M, Squinca F, Braga KS. Aborto: 20 anos de pesquisas no Brasil. Cad Saúde Pública. 2009;25(4):939-42.
Unesco. Orientação técnica internacional sobre educação em sexualidade: uma abordagem baseada em evidências para escolas, professores e educadores em saúde. Paris: Unesco; 2010. (Razões em favor da educação em sexualidade, vol. 1)
Ayres JRCM, França Junior I, Calazans GJ, Saletti Filho HC. O conceito de vulnerabilidade e as práticas de saúde: novas perspectivas e desafios. In: Czeresnia D, Freitas CM, organizadores. Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2003. p. 117-39.
Diniz D, Castro R. O comércio de medicamentos de gênero na mídia impressa brasileira: misoprostol e mulheres. Cad Saúde Pública. 2011;27(1):94-102.
Correia, DS, Cavalcante JC, Egito EST, Maia EMC. Prática do abortamento entre adolescentes: um estudo em dez escolas de Maceió (AL, Brasil). Ciênc Saúde Coletiva. 2011;16(5):2469-76.
Diniz D, Madeiro A. Cytotec e aborto: a polícia, os vendedores e as mulheres. Ciênc Saúde Coletiva. 2012;17(7):1795-804.
The Alan Guttmacher Institute. Facts on induced abortion worldwide [Internet]. New York: The Alan Guttmacher Institute; 2008 [citado em 2013 nov 17]. Disponível em: https://goo.gl/cPKjXC
Diniz D, Medeiros M. Itinerários e métodos do aborto ilegal em cinco capitais brasileiras. Ciênc Saúde Coletiva. 2012;17(7):1671-81.
Duarte GA, Osis MJD, Faúndes A, Sousa MH. Aborto e legislação: opinião de magistrados e promotores de justiça brasileiros. Rev Saúde Pública. 2010;44(3):406-20.
Pinheiro VPG, Arantes VA. Values and feelings in young Brazilians purposes. Paideia (Ribeirão Preto). 2015;25(61):201-9.
Hanschmidt F, Linde K, Hilbert A, Riedel-Heller SG, Kersting A. Abortion stigma: a systematic review. Perspect Sex Reprod Health. 2016;48(4):169-77.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Proposta de Política para Periódicos que oferecem Acesso Livre Adiado
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma licença
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).