POSSÍVEIS FATORES ASSOCIADOS À AUTOPERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL POSSIBLE FACTORS RELATED TO THE SELF-BODY IMAGE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.13037/ras.vol18n64.5611

Palavras-chave:

autoimagem, comportamento alimentar, estado nutricional

Resumo

Introdução: A percepção da imagem corporal entende-se como a maneira que as pessoas percebem o seu corpo, em especial, o seu tamanho. A diferença entre o tamanho real e a percepção do tamanho do corpo é chamada de distorção da imagem corporal. Diferentes fatores econômicos, sociais, bem como sexo e idade, podem estar associados a uma visão distorcida da imagem corporal. Objetivo: Comparar a percepção da imagem corporal de adultos de diferentes estados nutricionais, relacionando a variáveis socioeconômicas. Métodos: Estudo do tipo transversal, onde adultos com e sem distorção da imagem corporal foram avaliados segundo estado nutricional e variáveis socioeconômicas. Para classificação do estado nutricional foi utilizado o índice de Massa Corpórea (IMC). A avaliação da imagem corporal foi realizada pela escala expandida de Kakeshita, classificada como adequada ou inadequada (subestimada ou superestimada). Foram estudadas possíveis associações entre a percepção da imagem corporal e as variáveis estudadas e utilizado o Coeficiente de Correlação de Spearman para comparar o IMC real com o referido. Resultados: Apenas 12% dos indivíduos conseguiram classificar de forma correta a silhueta referida. Quanto à distorção da imagem, 88% classificaram sua silhueta de forma errônea, sendo que esta superestimação foi muito maior entre as mulheres do que entre os homens (p<0,0001). Foi encontrada diferença em relação à imagem subestimada entre os participantes mais velhos (p=0,025) e superestimada entre os com IMC maior (p=0,0009). Para as demais variáveis estudadas (presença ou não de companheiro, escolaridade e renda) não houve diferenças estatísticas. Conclusão: A percepção da imagem corporal deve ser avaliada dentro de um amplo contexto que envolve diferentes fatores, que podem estar diretamente associados a uma visão distorcida da realidade. Além disso, houve correlação positiva entre o IMC atual e o referido para ambos os gêneros, compatível com achados da literatura, comprovando a fidedignidade da Escala de Silhuetas utilizada neste estudo.

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Biografia do Autor

Marcela Maria Pandolfi, Universidade Santo Amaro, Graduação em Medicina

Nutricionista, docente do curso de Medicina da UNISA

Henrique Mattos Machado, Universidade Santo Amaro, Pós Graduação em Ciências da Saúde

Mestrando do Programa Ciências da Saúde, Médico Pediatra.

Carolina Nunes França, Universidade Santo Amaro, Pós Graduação em Ciências da Saúde

Coordenadora do Mestrado em Ciências da Saúde da UNISA

Luciana Sayumi Fugimoto Higashi, Universidade Santo Amaro, Graduação em Medicina

Médica graduada pela UNISA

Michel Victor Lemes da Silva, Universidade Santo Amaro, Graduação em Medicina

Médico graduado pela UNISA

Luiz Felipe Gebin da Silva, Universidade Santo Amaro, Graduação em Medicina

Médico graduado pela UNISA

Yára Juliano, Universidade Santo Amaro, Pós Graduação em Ciências da Saúde

Docente do Mestrado em Ciências da Saúde da UNISA

Jônatas Bussador do Amaral, Universidade Federal de São Paulo

Biólogo responsável pelo laboratório de pesquisa em otorrinolaringologia da UNIFESP

Cíntia Leci Rodrigues, Universidade Santo Amaro, Graduação em Medicina

Docente do curso de Medicina da UNISA

Patrícia Colombo de Souza, Universidade Santo Amaro, Pós Graduação em Ciências da Saúde

Pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da UNISA

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Publicado

2020-07-23