A COBERTURA DIGITAL DA CRISE HÍDRICA EM SÃO PAULO (2012-2016): O enquadramento temporal do presente contínuo e a consequente invisibilização dos rios degradados como causadores da escassez

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Autores

  • Daniel Gonçalves de Oliveira UnB - Universidade de Brasília, Faculdade de Comunicação (FAC), Programa de Pós-Graduação em Comunicação (FAC/PPG), Brasília, Distrito Federal, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-1321-2208
  • Dione Oliveira Moura UnB - Universidade de Brasília, Faculdade de Comunicação (FAC), Programa de Pós-Graduação em Comunicação (FAC/PPG), Brasília, Distrito Federal, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-2857-3284

DOI:

https://doi.org/10.13037/ci.vol25.e20249496

Palavras-chave:

jornalismo, temporalidade, crise hídrica, rios urbanos

Resumo

O presente artigo traz parte dos resultados centrais da tese de doutorado [blind review] (Autor 1, 2019) sobre a crise hídrica de São Paulo (2012-2016). Um dos principais objetivos foi compreender se a imprensa abordou a poluição dos rios urbanos e represas como uma das causas para a escassez de água potável no período. A principal hipótese era que a cobertura jornalística digital não havia retroagido no tempo o suficiente para identificar um dos fatores revelantes para a escassez de água: a histórica degradação dos rios urbanos. O estudo combina Análise de Recortes Temporais e a Análise de Enquadramento.

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Biografia do Autor

Daniel Gonçalves de Oliveira, UnB - Universidade de Brasília, Faculdade de Comunicação (FAC), Programa de Pós-Graduação em Comunicação (FAC/PPG), Brasília, Distrito Federal, Brasil.

Especialista em Direitos Humanos, mestre e doutor em Comunicação e Sociedade pela Universidade de Brasília (UnB). Foi assessor de comunicação e de projetos na Presidência da República - Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), coordenando o Plano Nacional de Direitos Humanos da pasta. Trabalhou como coordenador nacional de comunicação da ONG internacional Cáritas Brasileira e como gerente de mobilização de mídia na ANDI - Comunicação e Direitos. Atuou também como editor no Centro de Estudos do Terceiro Setor da FGV-SP e como coordenador do Portal Setor3 sobre entidades não governamentais. Foi repórter de direitos humanos e temáticas sociais no jornal Notícias Populares e colaborador de política da Folha de S. Paulo (Caderno Brasil). Foi consultor do programa interministerial Água para Todos por meio da OEA/IICA - Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura e atuou como consultor independente no Brasil da ONG norte-americana Fair Trade USA. Lecionou nas disciplinas Webjornalismo, Comunicação e Empreendedorismo e Novas Tecnologias na FAC - Faculdade de Comunicação da UnB e leciona Assessoria de Comunicação Digital na Pós-Graduação Centro Universitário IESB - onde também foi coordenador da Pós-Graduação em Jornalismo Digital e Produção Multimídia. Foi gerente na agência FSB Comunicação atendendo grandes empresas privadas e organizações não-governamentais nas áreas de políticas públicas, relações públicas, gestão de crise de imagem e reposicionamento de marca. Especialista em design e marketing digital, na agência também coordenou projetos estratégicos de mídias sociais, reputação digital das organizações e SEO - Search Engine Optimization (2020-2023). Atualmente atua na assessoria de comunicação da NTU - Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos em temáticas como sustentabilidade, políticas públicas e mobilidade urbana. É pesquisador e colaborador do Instituto de Design PPG/UnB onde desenvolve pesquisas sobre design, comunicação e direitos humanos e atua como professor de mestrado na instituição.

Dione Oliveira Moura, UnB - Universidade de Brasília, Faculdade de Comunicação (FAC), Programa de Pós-Graduação em Comunicação (FAC/PPG), Brasília, Distrito Federal, Brasil.

Professora e pesquisadora em Comunicação. Possui graduação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal de Goiás (1986), mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília (1990) e doutora em Ciências da Informação pela Universidade de Brasília (2001). Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em jornalismo científico e ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: jornalismo e sociedade, jornalismo e meio ambiente, comunicação, jornalismo cientifico e mobilização. Na Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) atuou como: sócia fundadora, Diretora Editorial da SBPJor (2004-2005 e 2006-2007), coautora do Projeto Editorial da Brazilian Journalism Research (BJR) (2004) e Presidenta da SBPJor (2011-2013). Atuou como Diretora da Socicom e atualmente atua como Diretora Regional Centro-Oeste da Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (ABEJ). Na UnB, é docente do quadro desde setembro de 1995 e atuou, em termos de funções administrativas, na vice-chefia e chefia do Departamento de Jornalismo, na Coordenação de Graduação, na Coordenação de Pós-Graduação, na Diretoria de Apoio à Pós-Graduação do Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação. Atualmente, responde pela Chefia do Departamento de Jornalismo. Também na UnB, atuou e atua em conselhos e câmaras, como o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), a Câmara de Carreira Docente (CCD), a Câmara de Extensão (CEX), a Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação (CPP) e a Câmara de Administração (CAD), dentre outras.

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Publicado

2024-10-14

Como Citar

Gonçalves de Oliveira, D., & Oliveira Moura, D. (2024). A COBERTURA DIGITAL DA CRISE HÍDRICA EM SÃO PAULO (2012-2016): O enquadramento temporal do presente contínuo e a consequente invisibilização dos rios degradados como causadores da escassez : Português. Comunicação & Inovação, 25, e20249496. https://doi.org/10.13037/ci.vol25.e20249496