AVALIAÇÃO EXTERNA NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DE UMA TURMA DE 5º ANO: AVALIAÇÃO OU REGULAÇÃO?

External evaluation in the work organization of a 5th grade class: “evaluation” or regulation?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.13037/rea-e.vol8.9248

Palavras-chave:

Qualidade educacional, Trabalho pedagógico, neoliberalismo

Resumo

Este artigo aborda a materialidade das políticas de avaliação externa em uma sala de 5º ano de uma escola pública, localizada na cidade de Uberlândia/MG. Para o desenvolvimento do trabalho, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e análise dos dados que emergiram da pesquisa de campo, tendo como objetivo refletir sobre desdobramentos das avaliações externas na organização do trabalho pedagógico. Com a hegemonia neoliberal, as avaliações assumiram uma centralidade na obtenção da congruência das agendas entre mercado e governos, atrelando a qualidade educacional ao desempenho dos alunos nas avaliações. Na escola observada, as avaliações eram o cerne da organização do trabalho pedagógico, instituindo-se um ritual avaliativo, que exercia um controle e pressão nos sujeitos. Identificamos que, quase sempre, as avaliações chegavam à escola de forma confusa, desprovidas de sentido e desconexas do cotidiano e práticas da docente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mayara Duarte Pelegrini, Universidade Federal de Uberlândia

Mestre em Educação, na linha de Estado, Política e Gestão da Educação, na Universidade Federal de Uberlândia. Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Uberlândia. Professora de Educação Especial na Escola de Educação Básica

Maria Simone Ferraz Pereira, Universidade Federal de Uberlândia

Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Uberlândia (1996), mestrado (2006) e doutorado (2012) em Educação pela Universidade Estadual de Campinas/Unicamp. Professora da Faculdade de Educação/Faced/UFU, na graduação trabalha com Prática de Ensino e Estágio Supervisionado. Docente do Programa de Pós-Graduação (PPGED/Faced), vinculada à Linha de Pesquisa Estado, Políticas e Gestão da Educação. Atualmente é diretora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia (Quadriênio 2022-2026).

Referências

AFONSO, A. J. Estado, mercado, comunidade e avaliação: esboço para uma (re)articulação critica. Educação & Sociedade, ano XX, n. 69, 1999.

ARROYO, M. G. O humano é viável? É educável? Revista pedagógica | v.17, n.35, 2015.

BALL, S.J. Mercados Educacionais, escolha e classe social: O mercado como uma estratégia de classe. In.: GENTILI, P. (org.) Pedagogia da exclusão: crítica ao neoliberalismo em educação. 19 ed. Petrópolis: Rio de Janeiro, Vozes, 2020. p. 185-214.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP. Instruções para aplicação do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), 2015.

CHIRINÉA, A. M.; BARREIRO, I. M. F. Qualidade da educação: eficiência, eficácia e produtividade escolar. Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, n. 7, jan. 2017.

DOURADO, L.F. Estado, educação e democracia no Brasil: retrocessos e resistências. Educ. Soc., Campinas, v.40, e0224639, 2019.

ENGUITA, M. F. A Face Oculta da Escola. Porto Alegre: Clube dos Eds. 2008. (cap. 4 e 5).

FÁVERO, A. A.; CENTENARO, B. J. A pesquisa documental nas investigações de políticas educacionais potencialidades e limites. Revista Contrapontos. v. 19. n. 1. Itajaí́, 2019.

FREITAS, L. C. de. Os reformadores empresariais da educação e a disputa pelo controle do processo pedagógico na escola. Educ. Soc., Campinas, v. 35, n. 129, p. 1085-1114, 2014.

FREITAS, L. C. de. Três Teses sobre as Reformas Empresariais da Educação: perdendo a ingenuidade. Cad. Cedes, Campinas, v. 36, n. 99, p. 137-153, 2016.

FREITAS, L.C. de. Eliminação Adiada: O caso das Classes Populares no interior da escola e a ocultação da (Má́) Qualidade do Ensino. Educação e Sociedade. Campinas, v. 28, n.100 – Especial, out/2007, p.965-987.

FREITAS, L.C. de. A reforma empresarial da educação: nova direita, VELHAS IDEIAS. 1. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2018

HAYEK, F. A. O caminho da servidão. 5. ed. Tradução e Revisão de: Anna Maria Capovilla, José Ítalo Stelle e Liane de Morais Ribeiro. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1990.

LAVAL, C. A escola não é uma empresa: o neoliberalismo em ataque ao ensino público. Tradução: Mariana Echalar. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2019.

MINAYO, M. C. Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. 18. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

OLIVEIRA, D. A. As políticas educacionais no governo Lula: rupturas e permanências. RBPAE – v.25, n.2, p. 197-209, 2009.

RAVITCH, D. Vida e morte do grande sistema escolar americano: como os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a educação. Tradução: Marcelo Duarte. Porto Alegre: Sulina, 2011.

SILVA, P. J. da; LIMA, A. B. de. O oportunismo neoliberal na pandemia de 2020: a nova morfologia da educação e a super exploração do trabalho docente. Movimento-Revista de Educação, Niterói, ano 7, n. 15, p. 286-312, 2020.

SORDI, M. R. L de; MALVAZI, M. M. S. As duas faces da avaliação: da realidade à utopia. Rev Educ PUC (Campinas), 2004.

SOUSA, S. Z.; LOPES, V. V. Avaliação nas políticas educacionais atuais reitera desigualdades. Revista Adusp, 2010.

Downloads

Publicado

2023-12-19

Edição

Seção

DOSSIÊ AVALIAÇÃO EM FOCO