PAULO FREIRE E A PERSPECTIVA DIALÉTICA DA EDUCAÇÃO COMO REVELAÇÃO DO ÓBVIO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.13037/rea-e.vol6n11.7786

Palavras-chave:

Paulo Freire; Dialética da Educação; Política.

Resumo

Resumo: Freire costumava dizer que era um “educador das obviedades”. O que isto quer dizer? A partir desta pergunta este artigo analisará o “óbvio” em Paulo Freire, por um viés dialético. Tem como ponto de partida as obras “Pedagogia do Oprimido” e “A importância do ato de ler”. O estudo discute a acumulação e a transferência na educação bancária; a dialética freiriana como esclarecimento do óbvio; o diálogo, fracassos e mudanças; o reconhecimento das exclusões; e a dialética, a sintaxe popular e a questão política. Conclui-se que a dialética na educação é a revelação do “óbvio”, o que significa dizer que o processo dialético tensiona a naturalidade hegemônica, quebrando o seu discurso estático, “socionatural”, esclarecendo que seu semblante apolítico, no fundo, é político. Um educador das obviedades está disposto a argumentar, dialogar com os educandos a assertiva de que o mundo é movimento, transformação, e que a realidade social é uma construção humana.

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Biografia do Autor

Thalles Valente Paiva , Universidade Federal de Uberlândia

Graduado em História pela Universidade Federal de Uberlândia (2018). Mestre em História Social na área de Estética e Hermenêutica pela Universidade Federal de Uberlândia, de 2019- 2021. Doutorando em Educação no Programa de Pós Graduação da Faculdade de Educação (PPGED), na linha de História e historiografia Universidade Federal de Uberlândia.

Lucia de Fatima Valente, Universidade Federal de Uberlândia

Doutora e Mestre em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia. Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia, com atuação na graduação, no curso de Pedagogia e na Pós-graduação, no Programa de Pós-graduação da Faculdade de Educação (PPGED), na Linha Estado, Política e Gestão da Educação.

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Publicado

2021-08-10

Edição

Seção

DOSSIÊ: CEM ANOS DE PAULO FREIRE: RESISTÊNCIAS E UTOPIAS NA CONSTRUÇÃO DE NOVAS