Os desafios da gestão no artesanato e suas contribuições para o desenvolvimento local e regional

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.13037/gr.vol40.e20249380

Palabras clave:

Artesanato, Gestão ordinária, artesão(ã)

Resumen

A gestão ordinária é um tema importante no campo da gestão e seu uso tem sido difundido nas ciências sociais aplicadas. Assim, esse estudo teve como objetivo analisar como a gestão ordinária se caracteriza no cotidiano dos artesãos vinculados a associação ARTESAL e suas contribuições para o desenvolvimento local e regional. No que se refere aos procedimentos metodológicos, foi realizada uma pesquisa de abordagem qualitativa, utilizando a entrevista semiestruturada e observação não participante, além do grupo focal, como as técnicas de coleta de dados. Os dados, por sua vez, foram analisados a partir da técnica de análise de conteúdo. Os principais resultados da pesquisa apontam para a utilização de algumas práticas de gestão ordinária por artesãos e artesãs vinculadas a associação de artesanato estudada, tais como reciprocidade, solidariedade e valorização das trocas. Contudo, a partir de um olhar crítico para o fenômeno, observamos que a forma como a associação é conduzida exerce alguma força de padronização de alguns processos de gestão, condizentes aos modelos de produção capitalistas caracterizados pela padronização e massificação.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Junio Soares dos Santos, Universidade Federal de Pernambuco, Caruaru/PE, Brasil

Graduado em Administração, Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Gestão, Inovação e Consumo (PPGIC) da UFPE, Caruaru/PE, Brasil.

Jaqueline Guimarães Santos, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Caruaru/PE, Brasil

Doutora em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (2020), com doutorado-sanduíche na Cardiff University (Reino Unido; 2019-2020). Sou mestre em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (2013) e graduada em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande - UFCG (2010). Atualmente sou professora Adjunta na Universidade Federal de Pernambuco, atuando também como professora colaborada no Programa de Pós Graduação em Gestão, Inovação e Consumo (PPGIC/UFPE). Sou professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública e Cooperação Internacional (PGPCI/UFPB). Atuo como pesquisadora e líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Organização, Sociedade e Natureza (GEPOS), certificado pelo CNPQ. Os meus interesses de estudos e pesquisas envolvem a relação macro entre organização-sociedade-natureza, com ênfase principalmente nos seguintes temas: Práticas Organizativas; Gestão ordinária dos pequenos negócios; Gestão organizacional; Gestão pública e social; Água e ecologia política. Sou autora e co-autora de artigos apresentados e publicados em anais de conferências e periódicos nacionais e internacionais, além de atuar como avaliadora de artigos científicos para conferências e periódicos.

Mariana Teodoro Santos, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa/PB, Brasil

Graduação em Economia pela UFCG. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública e Cooperação Internacional (PGPCI) da UFPB, João Pessoa/PB, Brasil.

Erondina de Farias Meira, Universidade Federal de Pernambuco, Caruaru/PE, Brasil

Atualmente mestranda no Programa de Pós-Graduação em Gestão, Inovação e Consumo (PPGIC) da UFPE, Caruaru/PE, Brasil.

Citas

Alves, G. L. (2014). Arte, artesanato e desenvolvimento regional: temas sul-mato-grossenses. Campo Grande, MS: Editora UFMS, p. 104.

Artesanato de Pernambuco. (2023). Portal do Artesanato. Recuperado de https://www.artesanatodepernambuco.pe.gov.br/pt-BR/artesanato-de-pernambuco.

Banco do Nordeste. (2002). Ações para o desenvolvimento do artesanato do Nordeste. 2a ed. Fortaleza: Banco do Nordeste.

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. Edições 70.

Brasil. Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços/Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa. (2018). Portaria nº 1.007/SEI. Institui o Programa do Artesanato Brasileiro, cria a Comissão Nacional do Artesanato e dispõe sobre a base conceitual do artesanato brasileiro. Brasília. https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/34932949/do1-2018-08-01-portaria-n-1-007-sei-de-11-de-ju

Brasil. Portal do Artesanato Brasileiro (2023, novembro, 7). https://www.gov.br/empresas-e-negocios/pt-br/artesanato

Carmo, J. de O. Dos S., Gomes, J. E. De L.; Oliveira, R. C. R.; Melo, M. G., Costa, C. E. S., & Silva, V. (2023). A extensão em Administração: experiências a partir do componente “antropologia das organizações” em tempos de covid-19. Revista Eletrônica Extensão em Debate, v. 12, n. 13.

Carrieri, A. de P., Perdigão, D. A., & Aguiar, A. R. C. (2014). A gestão ordinária dos pequenos negócios: outro olhar sobre a gestão em estudos organizacionais. Revista de Administração (FEA-USP), 698-713. DOI: https://doi.org/10.5700/rausp1178

Carrieri, A. de P., Perdigão, D. A., Martins, P. G., & Aguiar, A. R. C. (2018). A Gestão Ordinária e suas práticas: o caso da Cafeteria Will Coffee. Revista de Contabilidade e Organizações, 12, 141-359. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2018.141359

Certeau, M. (2014). A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer (22ª ed.). Editora Vozes.

Cordeiro, E. J. C. (2022). O consumidor na cadeia produtiva do artesanato. Relatório de realização de atividades do Projeto Cultural Consumidor na Cadeia Produtiva do Artesanato – 1600/18. FUNDARPE, Pernambuco.

Faria, A. M., & Silva, A. R. L. (2017). Artesanato nos estudos organizacionais: a literatura brasileira de 2006 a 2015. Espírito Santo. DOI: https://doi.org/10.12712/rpca.v11i2.880

Figueiredo, M. D. de. (2014). O Artesanato enquanto Prática e Materialidade: Argumento para Pensar a Dimensão Estética e a Perspectiva do Embodiment nos Estudos Organizacionais. Revista Interdisciplinar de Gestão Social, 3(1). DOI: https://doi.org/10.9771/23172428rigs.v3i1.8509

Figueiredo, M. D. & Marquesan, F. F. S. (2014). Artesanato, Arte, Design... Por que Isso Importa aos Estudos Organizacionais? Revista Interdisciplinar de Gestão Social, [S. l.], v. 3, n. 3, 2014. https://doi.org/10.9771/23172428rigs.v3i3.8508 DOI: https://doi.org/10.9771/23172428rigs.v3i1.8509

Flick, U. (2009). Introdução à pesquisa qualitativa. Artmed.

Gonçalves, M. E. V., Grangeiro, R. da R., & Silva Júnior, J. T. (2018). O Perfil do Artesão e de sua Produção na Cidade de Várzea Alegre –Ceará. Revista Multidisciplinar e de Psicologia, v.12, n. 41, p.530-550. DOI: https://doi.org/10.14295/idonline.v12i41.1241

Gouvêa, J. B. et al. (2018). As histórias e o cotidiano nas organizações: uma possibilidade de dar ouvidos àqueles que o discurso hegemônico cala. Revista Brasileira de Estudos Organizacionais, 5(12), 297-347. https://doi.org/10.25113/farol.v5i12.3668

Grande, M. M., Padilha, V., Pain, B. F., & Florian, F. J. de S. (2012). Da Tradição à Modernidade: O Savoir-faire do Mestre de Ofício na Produção da Cerveja e da Cachaça Artesanais. Revista Interdisciplinar de Gestão Social, 1(3). DOI: https://doi.org/10.9771/23172428rigs.v1i3.10052

Grangeiro, R. da R., & Silva Júnior, J. T. (2020). Carreira e Artesanato: A Trajetória Profissional de Uma Família de Artesãos. Revista Interdisciplinar De Gestão Social, 8(3).

Keller, P. (2014). O artesão e a economia do artesanato na sociedade contemporânea. Política

& Trabalho, (41), 323-347.

Machado, F. C. L., Silva, A. R. L., & Fernandes, T. A. (2020). The Ordinary, Cultures, and Management: The Organizing Processes within the Handicraft Sector in Piúma (ES), Brazil. Organizações & Sociedade, 27(95), 644-673. DOI: https://doi.org/10.1590/1984-9270952

Machado, R. C., Chropacz, F., & Bulgacov, Y. L. M. (2020). Epistemologia de Certeau e sua Contribuição para os Estudos Baseados em Prática em Organizações. Revista Ciências Administrativas, 26(2). DOI: https://doi.org/10.5020/2318-0722.2020.26.2.10091

Marquesan, F., & Figueiredo, M. D. (2014). De artesão a empreendedor: a ressignificação do trabalho artesanal como estratégia para a reprodução de relações desiguais de poder. Revista de Administração Mackenzie, 15(6), 76-97. DOI: https://doi.org/10.1590/1678-69712014/administracao.v15n6p76-97

Mendes, F. F., et al. (2019). A influência do contato pessoal no processo de compra de produtos artesanais em um estabelecimento de artesanato de Belo Horizonte. Revista Brasileira de Marketing, 18(2), 91-105.

Menezes, J. A. S. (2017). A participação das mulheres no artesanato brasileiro: uma análise da realidade do estado do Ceará. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 11(1), 62-79.

Minayo, M. C. S. (2007). Trabalho de Campo: Contexto de Observação, Interação e Descoberta. In S. F. Deslandes, R. Gomes, & M. C. S. Minayo (Eds.), Pesquisa social: teoria, método e criatividade (26ª ed., pp. 61-77). Vozes.

Montenegro, M. A., et al. (2013). Mulheres, trabalho e artesanato: um estudo sobre a relação entre o artesanato e o trabalho doméstico feminino. Revista de Estudos Feministas, 21(1), 51-69.

Moraes, M. D. C. de, Seraine, A. B. M. dos S., & Barbosa, C. (2020). Artesanato e políticas públicas no Brasil:: uma trajetória entre economia e cultura. Conhecer: Debate Entre O Público E O Privado, 10(25), 159–182. https://doi.org/10.32335/2238-0426.2020.10.25.3499 DOI: https://doi.org/10.32335/2238-0426.2020.10.25.3499

Mota, J. A., et al. (2017). Cooperação entre artesãs na promoção do artesanato como estratégia de desenvolvimento local. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, 6(1), 26-46.

Ortiz, R. I. (2020). A histórica relação entre arte e antropologia: múltiplos olhares, dilemas e perspectivas. Revista de História, v. 11, n. 22, p. 182-212. DOI: https://doi.org/10.46401/ajh.2019.v11.5600

Oliveira, M., & Freitas, H. (2010). Focus group: instrumentalizando o seu planejamento. In C. K. Godoi, R. Bandeira-de-Mello, & A. B. Silva (Eds.), Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos (2ª ed., pp. 325-346). São Paulo: Saraiva.

Pernambuco - CRAB. (2023). Artesanato de Pernambuco. Centro de Referência do Artesanato Brasileiro. Recuperado de https://crab.sebrae.com.br/artesanato-brasil/artesanato-de-pernambuco/pernambuco/.

Prefeitura Municipal de Altinho. (2018). Artesanatos de Altinho são comercializados na 19a Fenearte. Recuperado de https://altinho.pe.gov.br/v1/artesanatos-de-altinho-sao-comercializados-na-19a-fenearte/.

Prefeitura Municipal de Altinho. (2021). Artesãos de Altinho marcam presença na 21ª Fenearte. Recuperado de https://altinho.pe.gov.br/v1/artesanatos-de-altinho-sao-comercializados-na-19a-fenearte/.

Prefeitura Municipal de Altinho. (2023). Presidente da Fenearte visita o Memorial Altinense. Recuperado de https://altinho.pe.gov.br/v1/presidente-da-fenearte-visita-o-memorial-altinense/

Ramos, G. M. P. D., Muylder, C. F., & Freire, D. A. L. (2014). O artesão e o empreendedorismo: um estudo bibliométrico da produção acadêmica em eventos Enanpad de 1999 a 2008. Revista Metropolitana de Sustentabilidade (ISSN 2318-3233), 4(1), 76-94.

Ribeiro, A. C., Demo, G., & Santos, C. D. (2021). Grupo Focal: aplicações na pesquisa nacional em Administração. Pretexto, 22(2), 108-128.

Santana, M. F. (2020). Trajetória do artesanato brasileiro: perspectiva das políticas públicas. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, Brasília.

Santos, R., et al. (2017). Comércio Periférico e Patrimônio Cultural: Um Estudo nas Feiras Livres de Aracaju-SE. Revista Brasileira de Administração Científica, 9(2), 299-316.

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Artesanato vive movimento de crescimento de demanda e do número de profissionais cadastrados (2022). Disponível em https://agenciasebrae.com.br/cultura-empreendedora/artesanato-vive-movimento-de-crescimento-de-demanda-e-do-numero-de-profissionais-cadastrados/. Acesso em: 20, out de 2023.

SEBRAE. (2023). Data Sebrae. https://datasebrae.com.br/artesanato/

Silva, A. J. da. (2016). Mulheres vestidas de barro e os sentidos da produção de mestras artesãs da comunidade do Alto do Moura em Caruaru/PE. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco.

Silva, R. K. A. da. (2018). Práticas artesanais fomadoras de paisagens culturais: um olhar sobre a sustentabilidade. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco, Recife.

Siqueira, E. S., Silva, F. C. L., & Silva, M. H. (2021). Informalidade e Resistência Cultural: o Trabalho das Artesãs do Alto Do Moura, Caruaru – PE. Revista Brasileira de Estudos Organizacionais, v. 8, n. 1, p. 87- 118, Janeiro-Abril. DOI: 10.21583/2447-4851.rbeo.2021.v8n1.450

Souza, J. R. F., et al. (2020). Novos Modos de Fazer Artesanato e Desafios à Manutenção Econômica no Alto do Moura do Século XXI. REAd. Revista Eletrônica de Administração (Porto Alegre), 26(3), 557–585. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-2311.295.98565

Souza Neto, B. de, Diniz, D. M., & Silva, A. S. (2021). Viradores e suas Virações: a prática cotidiana de um empreendedor artista de rua. Revista Interdisciplinar de Gestão Social, 9 (3).

Valente Junior, A. S., Alves, M. O., & Santos, C. R. C. (2022). Banco do Nordeste do Brasil: 70 anos de contribuição para o desenvolvimento regional. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil.

Vieira, I. E. N. S. (2018). Manifestações Culturais de Saubara-BA: Contribuições para preservação do Ecossistema Manguezal. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal da Bahia, Salvador.

Violin, F. L. (2022). Turismo como criador de mercado para o artesanato em Mato Grosso do Sul. Interações (Campo Grande), 23(2), 575–594. https://doi.org/10.20435/inter.v23i2.3261 DOI: https://doi.org/10.20435/inter.v23i2.3261

Publicado

2024-08-20

Cómo citar

Santos, J. S. dos, Santos, J. G., Santos, M. T., & Meira, E. de F. (2024). Os desafios da gestão no artesanato e suas contribuições para o desenvolvimento local e regional. Gestão & Regionalidade, 40(Especial), e20249380. https://doi.org/10.13037/gr.vol40.e20249380