CUIDADO PRÉ-NATAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: estudo transversal
Prenatal care in Family Health Strategy
DOI:
https://doi.org/10.13037/ras.vol22.e20249151Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Cuidado Pré-Natal, Desempenho ProfissionalResumo
Introdução: A qualidade da assistência pré-natal é essencial para a saúde materno-infantil, sendo sua avaliação uma potente fonte de informação para nortear gestores e profissionais de saúde. Para esses fins, a observação da consulta de pré-natal proposta para o atual estudo pode minimizar as limitações impostas pela obtenção dos dados a partir do usuário que é predominante nas pesquisas. Objetivo: Avaliar a qualidade da assistência pré-natal nos serviços de saúde da Estratégia Saúde da Família em dois municípios do Estado da Paraíba, Brasil. Materiais e Métodos: Estudo transversal realizado em 40 equipes de saúde, com observação das consultas de pré-natal realizadas por médicos e enfermeiros, e avaliação da satisfação do usuário. Os resultados foram comparados segundo o município de atuação do profissional. Resultados: Dos 40 profissionais, 22 tinham vínculo por concurso público e 28 atuavam na equipe de saúde dois anos ou mais. No mínimo 1/3 das gestantes não recebeu a atenção esperada para a maioria dos procedimentos clínico-obstétricos, exames, tratamentos (suplementação) e aconselhamento preconizados, inclusive para práticas que dependem basicamente da atitude do profissional. Algumas práticas foram mais frequentes entre os profissionais do município com maior quantidade de médicos e enfermeiros concursados. A satisfação das gestantes foi de 61,7%, sem diferença entre os municípios. Conclusão: A avaliação apontou a necessidade de melhorias nas práticas profissionais preconizadas para um pré-natal de qualidade, inclusive aquelas que não representam grandes custos ao sistema de saúde. Revelam-se graves deficiências na realização de procedimentos de cuidados clínicos, exames, suplementação e aconselhamento.
Downloads
Referências
Leal M do C, Szwarcwald CL, Almeida PVB, Aquino EML, Barreto ML, Barros F, et al. Saúde reprodutiva, materna, neonatal e infantil nos 30 anos do Sistema Único de Saúde (SUS). Cienc Saude Colet. 2018;23(6):1915-28.
Rodrigues CB, Thomaz EBAF, Batista RFL, Riggirozzi P, Moreira DSO, Gonçalves LLM, Lamy ZC. Prenatal care and human rights: Addressing the gap between medical and legal frameworks and the experience of women in Brazil. PLoS One. 2023;18(2):e0281581.
Viellas EF, Domingues RMSM, Dias MAB, da Gama SGN, Theme Filha MM, da Costa JV, et al. Assistência pré-natal no Brasil. Cad Saude Publica. 2014;30(Supl. 1):S85-100.
Silva EP, Lima RT, Ferreira NLS, Costa MJC. Pré-natal na atenção primária do município de João Pessoa-PB: caracterização de serviços e usuárias. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2013;13(1):29-37.
Nunes JT, Gomes KRO, Rodrigues MTP, Mascarenhas MDM. Qualidade da assistência pré-natal no Brasil: revisão de artigos publicados de 2005 a 2015. Cad Saúde Colet. 2016;24(2):252-61.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n. 1.459, de 24 de junho de 2011. Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, a Rede Cegonha. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.
Neves RG, Flores-Quispe MP, Facchini LA, Fassa AG, Tomasi E. Pré-natal no Brasil: estudo transversal do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica, 2014. Epidemiol Serv Saúde. 2020;29(1):e2019019.
Mohseni M, Mousavi Isfahani H, Moosavi A, Dehghanpour Mohammadian E, Mirmohammadi F, Ghazanfari F, et al. Health system related barriers to prenatal care management in low- and middle-income countries: a systematic review of the qualitative literature. Primary Health Care Research & Development. 2023;24(e15):1-14.
Sommer Albert J, Younas A, Victor G. Quality of Antenatal Care Services in a Developing Country: A Cross-Sectional Survey. Creat Nurs. 2020;26(1):e25-e34.
Tomasi E, Fernandes PAA, Fischer T, Siqueira FCV, Silveira DS, Thumé E, et al. Qualidade da atenção pré-natal na rede básica de saúde do Brasil: indicadores e desigualdades sociais. Cad Saude Publica 2017;33:e00195815.
Dourado VSTC, Pereira JCN, Ferreira RS, Oliveira IMCB, Borges MCS, Silva SL, et al. Assistência pré-natal adequada: estudo de inquéritos populacionais. REAS. 2023;23(4):1-10.
Garnelo L, Horta BL, Escobar AL, Santos RV, Cardoso AM, Welch JR, et al. Avaliação da atenção pré-natal oferecida às mulheres indígenas no Brasil: resultados do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas. Cad Saúde Pública. 2019;35(Supl. 3):e00181318.
Monahan T, Fisher JA. Benefits of “Observer Effects”: Lessons from the Field. Qual Res. 2010;10(3):357-76.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.060, de 24 de maio de 2016. Altera o anexo I e II da Portaria nº 1.738/GM/MS, de 19 de agosto de 2013. Diário Oficial da União Mai. 2016;27 Mai.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.706, de 18 de outubro de 2017. Lista os Municípios que finalizaram a adesão ao Programa Saúde na Escola para o ciclo 2017/2018 e os habilita ao recebimento do teto de recursos financeiros pactuados em Termo de Compromisso e repassa recursos financeiros para Municípios prioritários para ações de prevenção da obesidade infantil com escolares. Diário Oficial da União Out. 2017;20 Out.
Majrooh MA, Hasnain S, Akram J, Siddiqui A, Memon ZA. Coverage and quality of antenatal care provided at primary health care facilities in the “Punjab” province of “Pakistan”. PlosOne. 2014;9(11):1-8.
Roque H, Veloso A, Ferreira PL. Versão portuguesa do questionário EUROPEP: contributos para a validação Psicométrica. Rev Saude Publ. 2016;50:61.
Mario DN, Rigo L, Boclin KLS, Malvestio LMM, Anziliero D, Horta BL, et al. Qualidade do Pré-Natal no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Cienc Saude Colet. 2019;24(3):1223-32.
Leal MC, Esteves-Pereira AP, Viellas EF, Domingues RMSM, Gama, SGN. Assistência pré-natal na rede pública do Brasil. Rev Saude Publica. 2020;54:8.
Luz LA, Aquino R, Medina MG. Avaliação da qualidade da Atenção Pré-Natal no Brasil. Saude Debate. 2018;42(N. Esp. 2):111-26.
Rodrigues TA, Pinheiro AKB, Silva AA, Castro LRG, Silva MB, Fonseca LMB. Qualidade dos registros da assistência pré-natal na caderneta da gestante. Rev Baiana Enferm. 2020;34:e35099.
Camargos LF, Lemos PL, Martins EF, Felisbino-Mendes MS. Avaliação da qualidade dos registros de cartões de pré-natal de mulheres urbanas. Esc Anna Nery. 2021;25(1):e20200166.
Arantes LJ, Shimizu HE, Merchán-Hamann E. Contribuições e desafios da Estratégia Saúde da Família na Atenção Primária à Saúde no Brasil: revisão da literatura. Cienc Saude Colet. 2016;21(5):1499-510.
Oliveira MPR, Menezes IHCF, Sousa LM, Peixoto MRG. Formação e qualificação de profissionais de saúde: fatores associados à qualidade da Atenção Primária. Rev Bras Educ Med. 2016;40(4):547-59.
Mattos L, Dahmer A, Magalhães CR. Contribuições do curso de especialização em Atenção Primária à Saúde à prática de profissionais da saúde. ABCS Health Sci. 2015;40(3):184-9.
Bortolini GA, Oliveira TFV, Silva SA, Santin RC, Medeiros OL, Spaniol AM, et al. Ações de alimentação e nutrição na atenção primária à saúde no Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2020;44:e39.
Rigon AS, Schmidt ST, Bógus CM. Desafios da nutrição no Sistema Único de Saúde para construção da interface entre a saúde e a segurança alimentar e nutricional. Cad Saude Publica. 2016;32(3):e00164514.
Kris-Etherton PM, Akabas SR, Bales CW, Bistrian B, Braun L, Edwards MS, et al. The need to advance nutrition education in the training of health care professionals and recommended research to evaluate implementation and effectiveness. Am J Clin Nutr. 2014;99(Supl. 5):1153S-66.
Livne N. Need for Nutrition Education in Health Professional Programs: A Review of the Literature. Internet J Allied Health Sci and Pract. 2018;17(1):5.
Laporte-Pinfildi ASC, Zangirolani LTO, Spina N, Martins PA, Medeiros MAT. Atenção nutricional no pré-natal e no puerpério: percepção dos gestores da Atenção Básica à Saúde. Rev Nutr. 2016;29(1):109-23.
Gomes CB, Vasconcelos LG, Cintra RMGC, Dias LCGD, Carvalhaes MABL. Hábitos alimentares das gestantes brasileiras: revisão integrativa da literatura. Cienc Saude Colet. 2019;24(6):2293-306.
Melo EC, de Oliveira RR, Mathias TAF. Fatores associados à qualidade do pré-natal: uma abordagem ao nascimento prematuro. Rev Esc Enf USP. 2015;49(4):540-9.
Balsells MMD, Oliveira TMF, Bernardo EBR, Aquino PS, Damasceno AKC, Castro RCMB, et al. Avaliação do processo na assistência pré-natal de gestantes com risco habitual. Acta Paul Enf. 2018;31(3):247-54.
Silva EP, Leite AFB, Lima RT, Osório MM. Avaliação do pré-natal na atenção primária no Nordeste do Brasil: fatores associados à sua adequação. Rev Saude Publica. 2019;53:43.
Bilhah SM, Saha KK, Khan ANS, Chowdhury AH, Garnett SP, Arifeen SE, et al. Quality of nutrition services in primary health care facilities: Implications for integrating nutrition into the health system in Bangladesh. PLos ONE. 2017;12(5):e0178121.
Kanyangarara M, Munoz MK, Walker N. Quality of antenatal care service provision in health facilities across sub–Saharan Africa: Evidence from nationally representative health facility assessments. J Glob Health. 2017;7(2):021101.
Camargo EB, Moraes LFS, Souza CM, Akutsu R, Barreto JM, Silva EMK, et al. Survey of calcium supplementation to prevent preeclampsia: the gap between evidence and practice in Brazil. BMC Pregnancy Childbirth. 2013;13:206.
Carvalho RAS, Santos VS, Melo CM, Gurgel RQ, Oliveira CCC. Avaliação da adequação do cuidado pré-natal segundo a renda familiar em Aracaju, 2011. Epidemiol Serv Saude. 2016;25(2):271-80.
Cassimiro GN, Mata JAL. Adesão ao uso de sulfato ferroso por gestantes atendidas no Sistema Único de Saúde. Rev Enferm UFPE On Line. 2017;11(5):2156-67.
Alam A, Rasheed S, Khan NU, Sharmin T, Huda TM, Arifeen SE, et al. How can formative research inform the design of an iron-folic acid supplementation intervention starting in first trimester of pregnancy in Bangladesh? BMC Public Health. 2015;15:1.
Neves PAR, Saunders C, de Barros DC, Ramalho A. Suplementação com vitamina A em gestantes e puérperas brasileiras: uma revisão sistemática. Rev Bras Epidemiol. 2015;18(4):824-36.
Palacios C, Kostiuk LK, Peña-Rosas J. Vitamin D supplementation for women during pregnancy. Cochrane Database Sys Rev. 2019;7(7):CD008873.
Mirkovic KR, Lathrop E, Hulland EN, Jean-Louis R, Lauture D, D’Alexis GD, et al. Quality and uptake of antenatal and postnatal care in Haiti. BMC Pregnancy Childbirth. 2017;17(1):1-10.
Cardelli AAM, Marreno TL, Ferrari RAP, Martins JT, Serafim D. Expectativas e satisfação de gestantes: desvelando o cuidado pré-natal na atenção primária. Invest Educ Enf. 2016;34(2):1-5.
Livramento DVP, Backers MTS, Damiani PR, Castillo LDR, Backes DS, Simão AMS. Percepções de gestantes acerca do cuidado pré-natal na atenção primária à saúde. Rev Gauch Enferm. 2019;40:1-10.
Cunha AC, Lacerda JT, Alcauza MTR, Natal S. Avaliação da atenção ao pré-natal na Atenção Básica no Brasil. Rev Bras Saude Matern Infant. 2019;19(2):447-58.
Einloft ABN, Cotta RMM, Araújo RMA. Promoção da alimentação saudável na infância: fragilidades no contexto da ação básica. Cienc Saude Colet. 2018;23(1):61-72.
Prudêncio PS, Mamede FV. Avaliação do cuidado pré-natal na atenção primária a saúde na percepção da gestante. Rev Gauch Enferm. 2018;39:1-9.
Dauletyarova MA, Semenova YM, Kaylobaeva G, Manabaeva GK, Toktabayeva B, Zhelpakova MS, et al. Are Kazakhstani Women Satisfied with Antenatal Care? Implementing the WHO Tool to Assess the Quality of Antenatal Services. Int J Env Res Public Health. 2018;15(2):1-11.
Onyeajam DJ, Xirasagar S, Khan MM, Hardin JW, Odutolu O. Antenatal care satisfaction in a developing country: a cross-sectional study from Nigeria. BMC Public Health. 2018;18:368.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Dixis Figueroa Pedraza, Alberdânnya Jarbelly Morais da Silva, Priscila Gabriela Rodrigues Rosa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Proposta de Política para Periódicos que oferecem Acesso Livre Adiado
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma licença
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).