PADRÕES ESPACIAIS DA MOBILIDADE DE TRABALHADORES QUALIFICADOS NAS REGIÕES BRASILEIRAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.13037/gr.vol40.e20247621

Palavras-chave:

Mobilidade, Transbordamento local de conhecimento, Trabalhadores qualificados

Resumo

A mobilidade de trabalhadores qualificados representa uma das mais importantes formas de geração de transbordamentos locais de conhecimento, uma vez que trabalhadores qualificados possuem a capacidade de incrementar a geração e a difusão de novos conhecimentos nas regiões. Nessa linha, o objetivo deste artigo é apresentar os padrões de mobilidade espacial dos trabalhadores qualificados nas regiões brasileiras. A partir dos microdados da RAIS no período 2009-2014 foi possível mapear a mobilidade desses trabalhadores entre microrregiões em todo o país. Os resultados contribuem para o debate sobre os padrões de movimentação de trabalhadores qualificados, com efeitos importantes sobre o desenvolvimento regional. Os resultados apontam que a Região Metropolitana de São Paulo, algumas capitais de estados e cidades médias brasileiras foram as regiões que mais receberam trabalhadores qualificados, com destaque para regiões que são mais diversificadas e possuem maior número de atividades tecnológicas. Adicionalmente, observou-se que os trabalhadores qualificados se movem percentualmente mais do que os totais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ariana Ribeiro Costa, Fundação Getulio Vargas e Universidade Federal de São Carlos - São Paulo- SP - Brasil

Professora Agregada na Escola de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (SP). Pós-doutora em Economia na Universidade Federal de São Carlos, campus Sorocaba. Possui graduação em Ciências Econômicas na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", mestrado e doutorado em Engenharia de Produção na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (São Paulo/SP). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5092-4429

Renato Garcia, Instituto de Economia da Unicamp - Campinas - SP - Brasil

Economista, graduado pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1991), Mestre (1996) e Doutor (2001) em Economia pela Universidade Estadual de Campinas. Foi Professor do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo de 2002 a 2014. Atualmente é Professor Associado do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas. https://orcid.org/0000-0001-9739-1658

 

Referências

Agrawal, A., Cockburn, I., & McHale, J. (2006). Gone but not forgotten: knowledge flows, labor mobility, and enduring social relationships. Journal of Economic Geography, 6(5), 571–591. https://doi.org/10.1093/jeg/lbl016

Almeida, P., & Kogut, B. (1999). Localization of Knowledge and the Mobility of Engineers in Regional Networks. Management Science, 45(7), 905–917. https://doi.org/10.1287/mnsc.45.7.905

Araújo, B. C., Cavalcante, L. R., & Alvez, P. (2009). Variáveis proxy para os gastos empresariais em inovação com base no pessoal ocupado técnico-científico disponível na Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Radar: Tecnologia, Produção e Comércio Exterior, 5, 16–21.

Araújo, V. C., & Garcia, R. (2013). Transbordamentos locais de conhecimento por meio de contatos informais: uma análise a partir do sistema local de indústrias TIC de Campinas. Revista Brasileira de Inovação, 12(1), 105. https://doi.org/10.20396/rbi.v12i1.8649056

Araújo, V. D. C., & Garcia, R. (2019). Determinants and spatial dependence of innovation in Brazilian regions: evidence from a Spatial Tobit Model. Nova Economia, 29(2), 375–400. https://doi.org/10.1590/0103-6351/4456

Asheim, B., Coenen, L., & Vang, J. (2007). Face-to-face, buzz, and knowledge bases: sociospatial implications for learning, innovation, and innovation policy. Environment and Planning C: Government and Policy, 25(5), 655–670. https://doi.org/10.1068/c0648

Bailey, D., Clark, J., Colombelli, A., Corradini, C., De Propris, L., Derudder, B., Fratesi, U., Fritsch, M., Harrison, J., Hatfield, M., Kemeny, T., Kogler, D. F., Lagendijk, A., Lawton, P., Ortega-Argilés, R., Otero, C. I., & Usai, S. (2020). Regions in a time of pandemic. Regional Studies, 54(9), 1163–1174. https://doi.org/10.1080/00343404.2020.1798611

Boschma, R. A., Eriksson, R. H., & Lindgren, U. (2014). Labour Market Externalities and Regional Growth in Sweden: The Importance of Labour Mobility between Skill-Related Industries. Regional Studies, 48(10), 1669–1690. https://doi.org/10.1080/00343404.2013.867429

Breschi, S., Lawson, C., Lissoni, F., Morrison, A., & Salter, A. (2020). STEM migration, research, and innovation. Research Policy, 49(9), 104070. https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.respol.2020.104070

Breschi, S., & Lenzi, C. (2010). Spatial patterns of inventors’ mobility: Evidence on US urban areas. Papers in Regional Science, 89(2), 235–250. https://doi.org/10.1111/j.1435-5957.2010.00300.x

Breschi, S., & Lissoni, F. (2001). Knowledge Spillovers and Local Innovation Systems: A Critical Survey. Industrial and Corporate Change, 10(4), 975–1005. https://doi.org/10.1093/icc/10.4.975

Breschi, S., & Lissoni, F. (2009). Mobility of skilled workers and co-invention networks: An anatomy of localized knowledge flows. Journal of Economic Geography, 9(4), 439–468. https://doi.org/10.1093/jeg/lbp008

Capello, R., & Caragliu, A. (2018). Proximities and the Intensity of Scientific Relations. International Regional Science Review, 41(1), 7–44. https://doi.org/10.1177/0160017615626985

Comin, A., & Amitrano, C. (2003). Economia E Emprego: a trajetória recente da Região Metropolitana de São Paulo. Novos Estudos CEBRAP, 66, 53–76.

Costa, A. (2019) Mobilidade de trabalhadores qualificados e a inovação regional no Brasil. Tese de Doutorado. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Costa, A. R., & Garcia, R. (2018). Aglomeração produtiva e diversificação: um enfoque sobre os serviços de tecnologia da informação. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, 20(2), 325–343. http://dx.doi.org/10.22296/2317-1529.2018v20n2p325

Costa, A.R, Garcia, R., Roselino, J.E. Cruz, Cesár. Set skilled workers free: the mobility of workers and innovation in Brazil, Industry and Innovation, DOI: 10.1080/13662716.2023.2217691.

Crescenzi, R., Rodríguez-Pose, A., & Storper, M. (2007). The territorial dynamics of innovation: A Europe-United States comparative analysis. Journal of Economic Geography, 7(6), 673–709. https://doi.org/10.1093/jeg/lbm030

Dahl, M. S., & Pedersen, C. Ø. R. (2004). Knowledge flows through informal contacts in industrial clusters: Myth or reality? Research Policy, 33(10), 1673–1686. https://doi.org/10.1016/j.respol.2004.10.004

Diniz, C. D., & Crocco, M. A. (1996). Reestruturação Econômica e Impacto Regional: O Novo Mapa da Indústria Brasileiras. Nova Economia, 6(1), 77–103.

Faggian, A., Rajbhandari, I., & Dotzel, K. R. (2017). The interregional migration of human capital and its regional consequences: a review. Regional Studies, 51(1), 128–143. https://doi.org/10.1080/00343404.2016.1263388

Feldman, M. P., & Audretsch, D. B. (1999). Innovation in cities: Science-based diversity, specialization and localized competition. European Economic Review, 43(2), 409–429. https://doi.org/10.1016/S0014-2921(98)00047-6

Fratesi, U. (2014). Editorial: The Mobility of High-Skilled Workers – Causes and Consequences. Regional Studies, 48(10), 1587–1591. https://doi.org/10.1080/00343404.2014.955689

Freire, C. T. (2006). Um Estudo Sobre Os Serviços Intensivos Em Conhecimento No Brasil. In J. A. de Negri & L. C. Kubota (Eds.), Estrutura e Dinâmica do Setor de Serviços no Brasil (1st ed., pp. 107–132). IPEA.

Gagliardi, L. (2015). Does skilled migration foster innovative performance? Evidence from British local areas. Papers in Regional Science, 94(4), 773–794. https://doi.org/10.1111/pirs.12095

Garcia, R. (2021) Geografia da Inovação. In: Márcia Siqueira Rapini; Janaina Ruffoni; Leandro Alves Silva; Eduardo da Motta e Albuquerque. (Org.). Economia da ciência, tecnologia e inovação: Fundamentos teóricos e a economia global. 2ed. v. 1, p. 266-294. Belo Horizonte: Cedeplar/ UFMG.

Gertler, M. S. (2007). Tacit Knowledge in Production Systems: How Important Is Geography? In K. R. Polenske (Ed.), The Economic Geography of Innovation (1st ed., pp. 1–42). Cambridge University Press.

Gonçalves, E., Ribeiro, D. R. de S., & Freguglia, R. da S. (2016). SKILLED LABOR MOBILITY AND INNOVATION: A STUDY OF BRAZILIAN MICROREGIONS. Pesquisa e Planejamento Econômico, 46(2), 181–211.

Grossman, G., & Helpman, E. (1991). R & D Spillovers and the Geography of Innovation and Production. Production, 86(3), 630–640. https://doi.org/Article

Hassink, R. (2010). Locked in decline? On the role of regional lock-ins in old industrial areas. In R. Boschma & R. Martin (Eds.), The Handbook of Evolutionary Economic Geography (Issue September, pp. 450–468). Edward Elgar Publishing.

Jacobs, J. (1969). The Economy of Cities. Random House. https://doi.org/10.1016/0264-2751(89)90052-8

Lenzi, C. (2013). Job Mobility, Patent Ownership and Knowledge Diffusion: Evidence on a Sample of Italian Inventors. Industry & Innovation, 20(4), 297–315. https://doi.org/10.1080/13662716.2013.805930

Maré, D. C., Fabling, R., & Stillman, S. (2014a). Innovation and the local workforce. Papers in Regional Science, 93(1), 183–201. https://doi.org/10.1111/j.1435-5957.2012.00479.x

Marshall, A. (1920). Principles of Economics. Macmillan and Co. London.

Mascarini, S., Garcia, R., & Roselino, J. E. (2019). ANALYSIS OF THE EFFECT OF TERRITORIAL FACTORS ON REGIONAL INNOVATION IN THE STATE OF SÃO PAULO, BRAZIL. Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos (RBERU), 13(2), 183–200.

Mendes, P. S., Gonçalves, E., & Freguglia, R. (2017). Determinantes da mobilidade interfirmas e inter-regional de trabalhadores no Brasil formal. Economia Aplicada, 21(2). https://doi.org/10.11606/1413-8050/ea144101

Miguelez, E. (2019). Collaborative patents and the mobility of knowledge workers. Technovation, 86–87, 62–74. https://doi.org/10.1016/j.technovation.2019.01.001

Miguelez, E., & Moreno, R. (2015). Knowledge flows and the absorptive capacity of regions. Research Policy, 44(4), 833–848. https://doi.org/10.1016/j.respol.2015.01.016

Pinate, A. C., A. Faggian, C. di Berardino, and C. Castaldi. (20220 The Heterogenous Relationship Between Migration and Innovation: Evidence from Italy. Industry & Innovation 30(3): 1–25. https://doi.org/10.1080/13662716.2022.2138279.

Rodríguez-Pose, A., & Crescenzi, R. (2008). Mountains in a flat world: Why proximity still matters for the location of economic activity. Cambridge Journal of Regions, Economy and Society, 1(3), 371–388. https://doi.org/10.1093/cjres/rsn011

Santos, E. G., Garcia, R., Araujo, V., Mascarini, S., & Costa, A. (2020). Spatial and Non‐Spatial Proximity in University‐Industry Collaboration: Mutual Reinforcement and Decreasing Effects. Regional Science Policy & Practice. https://doi.org/10.1111/rsp3.12312

Saxenian, A. (1999). Silicon Valley’ s New Immigrant Entrepreneurs. PUBLIC POLICY INSTITUTE OF CALIFORNIA. https://doi.org/10.1177/0891242402016001003

Saxenian, A. L. (2005). From brain drain to brain circulation: Transnational communities and regional upgrading in India and China. Studies in Comparative International Development, 40(2), 35–61. https://doi.org/10.1007/BF02686293

Storper, M., & Venables, A. J. (2004). Buzz: Face-to-face contact and the urban economy. Journal of Economic Geography, 4(4), 351–370. https://doi.org/10.1093/jnlecg/lbh027

Suzigan, W., Furtado, J., Garcia, R., & Sampaio, S. (2004). Clusters ou sistemas locais de produção: mapeamento, tipologia e sugestões de políticas. Revista de Economia Política, 24(96), 543–562.

Torres, H. G. (2012). Afinal, a desconcentração produtiva é ou não relevante? A cidade de São Paulo no olho do furacão. Novos Estudos CEBRAP. https://doi.org/10.1590/S0101-33002012000300003

Publicado

2024-02-29

Como Citar

Ribeiro Costa, A., & Garcia, R. (2024). PADRÕES ESPACIAIS DA MOBILIDADE DE TRABALHADORES QUALIFICADOS NAS REGIÕES BRASILEIRAS. Gestão & Regionalidade, 40, e20247621. https://doi.org/10.13037/gr.vol40.e20247621