Violência contra crianças e adolescentes moradores de zona rural no Estado de Minas Gerais
Palavras-chave:
Maus-Tratos Infantis, Saúde da População Rural, Violência, Violência Doméstica, População RuralResumo
Introdução: Como grupo social mais frágil, crianças e adolescentes ficam expostos a diversas situações de violência, as quais são oriundas de inúmeros fatores. Como consequência destas agressões, o público infanto-juvenil carrega sequelas dos acontecimentos sofridos. Objetivo: Devido a isso, este estudo tem por objetivo descrever o padrão de violência sofrida por crianças e adolescentes moradoras de zonas rural, buscando atualizar a literatura em função de políticas públicas e ações da comunidade que podem se basear em um estudo como este. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico observacional descritivo, com dados coletados secundariamente, do período de janeiro de 2007 a dezembro de 2017, em crianças e adolescentes de 0 a 11 anos. Resultados: Observou-se 2282 casos de violência infanto-juvenil nestes 10 anos, onde as vítimas mais frequentes foram: 1309 do sexo feminino (57,36%), 398 menores de 01 ano (17,44%) e 1314 de raça negra (57,58%) – constituída por pretos e pardos -sendo acometidas principalmente na face (19,39%) e posteriormente na região íntima (17,47%). O agressor era, em 1304 casos, do sexo masculino (57,14%), e atuava predominantemente na casa da vítima (71%). Conclusões: Se faz necessário a implementação de novas políticas públicas que visam reduzir a vulnerabilidade do público em questão, bem como extinguir todos os fatores contribuintes para ocorrência desta violência.Downloads
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