Por Uma Agenda de Pesquisa em Comunicação, Democracia e Ecologia Política

Autores

  • Danilo Rothberg Unesp - Universidade Estadual Paulista

DOI:

https://doi.org/10.13037/ci.vol22n49.7348

Palavras-chave:

comunicação pública, sustentabilidade ambiental, ecologia política

Resumo

Inovação democrática recente no Brasil, os comitês de bacia hidrográfica promovem a ampliação da participação na gestão ambiental. Mas apresentam entraves que, para serem enfrentados adequadamente, não prescindem da contribuição das ciências da comunicação no desenho de estratégias e dinâmicas para a otimização da qualidade da deliberação pública. Este texto desenvolve uma articulação teórica original com o objetivo de contribuir na formulação de uma agenda de pesquisa em busca de respostas necessárias ao avanço do conhecimento sobre a comunicação dos comitês em conexão com a democracia e a ecologia política.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Danilo Rothberg, Unesp - Universidade Estadual Paulista

Livre-docente em Sociologia da Comunicação. Bacharel em Comunicação, Mestre em Comunicação e Dou-
tor em Sociologia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista). Professor do Departamento de Ciências Hu-
manas da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac) da Unesp. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faac/Unesp (2017-2021). Pós-doutorado pela Open University, Reino
Unido (Visiting Research Fellow, 2006-2007) e pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), onde foi
bolsista Prodoc/Capes (2008-2009) no Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade (PPGCTS - UFSCar). Pesquisador visitante em University of Warwick, King's College London e Open Uni-
versity (Reino Unido). Atua principalmente com os seguintes temas: sociologia da comunicação; teoria e ética do jornalismo; comunicação pública e democracia digital; educação para mídia; estudos de ciência,
tecnologia e sociedade; popularização da ciência; memória e cidadania hidrodigital.

Referências

ABERS, R. N.; KECK, M. E. Practical authority: agency and institutional change in Brazilian water politics. Oxford: Oxford University Press, 2013.

ANA. AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Comitês de bacias hidrográficas estaduais. Brasília, DF: 2017. Disponível em: http://www.cbh.gov.br/. Acesso em: 2 ago. 2017.

AVRITZER, L. The different designs of public participation in Brazil: deliberation, power sharing and public ratification. Critical Policy Studies, v. 6, n. 2, p. 113-127, 2012.

BARBOSA, M. C.; MUSHTAQ, S.; ALAMA, K. Integrated water resources management: are river basin committees in Brazil enabling effective stakeholder interaction? Environmental Science and Policy, n. 76, p. 1-11, 2017.

BAVEL, J. J. et al. Using social and behavioural science to support COVID-19 pandemic response. Nature Human Behaviour, v. 4, p. 460-471, 2020.

BENFORD, R. D.; SNOW, D. A. Framing processes and social movements: an overview and assessment. Annual Review of Sociology, v. 26, p. 611-639, 2000.

BRASIL. Pretendida contribuição nacionalmente determinada (iNDC) do Brasil. Brasília, DF: 2016. Disponível em: http://www.mma.gov.br/images/arquivos/clima/ convencao/indc/BRASIL_iNDC_portugues.pdf. Acesso em: 2 ago. 2017.

______. Lei federal 9.433. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos. Brasília, DF: 1997.

BROSSARD, D.; LEWENSTEIN, B. V. A critical appraisal of models of public understanding of science: using practice to inform theory. In: KAHLOR, L.; STOUT, P. (eds.) Communicating science: new agendas in communication. New York: Routledge, 2009. p. 11-39.

CARVALHO, J. L.; JACOBI, P. R. Governança da água no Estado de São Paulo: um estudo de caso do comitê de bacias hidrográficas dos rios Sorocaba e Médio Tietê. In: JACOBI. P. R. (org.) As múltiplas dimensões do desenvolvimento e os desafios de políticas sustentáveis. São Paulo: Annablume, Fapesp, 2014. p. 157-181.

COAFFEE, J.; LEE, P. Urban resilience: planning for risk, crisis and uncertainty. London: Palgrave Macmillan, 2016.

COLLINS, H. M.; EVANS, R. Rethinking expertise. Chicago: University of Chicago Press, 2007.

COLLINS, K. et al. A systemic approach to managing multiple perspectives and stakeholding in water catchments: some findings from three UK case studies. Environmental Science and Policy, 10, 564-574, 2007.

DUARTE, J. Sobre a emergência do(s) conceito(s) de comunicação pública. In: KUNSCH, M. M. K. (org.) Comunicação pública, sociedade e cidadania. São Caetano do Sul, SP: Difusão, 2011, p. 121-134.

HABERMAS, J. Teoria do agir comunicativo. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

HAMPTON, G. Narrative policy analysis and the integration of public involvement in decision making. Policy Sci, n. 42, p. 227-242, 2009.

HULST, M.; YANOW, D. From policy “frames” to “framing”: theorizing a more dynamic, political approach. American Review of Public Administration, v. 46, n. 1, p. 92-112, 2016.

IRVIN, R. A.; STANSBURY, J. Citizen participation in decision making: is it worth the effort? Public Administration Review, n. 64, v. 1, p. 55-65, 2004.

JACOBI, P. R.; FRACALANZA, A. P. Comitês de bacias hidrográficas no Brasil: desafios de fortalecimento da gestão compartilhada e participativa. Desenvolvimento e Meio Ambiente (UFPR), v. 11-12, p. 41-49, 2005.

JENSEN, E.; BUCKLEY, N. Why people attend science festivals: interests, motivations and self-reported benefits of public engagement with research. Public Understanding of Science, v. 23, n. 5, p. 557-573, 2014.

KOONTZ, Tomas M. et al. Adaptive institutions in social-ecolo.gical systems governance: A synthesis framework. Environmental Science and Policy, n. 53, p. 139-151, 2015.

LATOUR, B. Políticas da natureza: como associar as ciências à democracia. São Paulo: Unesp, 2019.

MAIA, R. C. M. How Honneth’s recognition theory can further empirical deliberation research. Political Communication Report, v. 1, p. 1-8, 2016.

MAIA, R. C. M.; LARANJEIRA, M. D.; MUNDIM, P. S. The role of experts across two different arenas in a deliberative system. Journal of Public Deliberation, v. 13, p. 1-32, 2017.

MARQUES, A. C. S. As intersecções entre o processo comunicativo e a deliberação pública. In: ______ (org.) A deliberação pública e suas dimensões sociais, políticas e comunicativas. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 11-28.

MARQUES, A. C. S.; MAFRA, R. L. M.; MARTINO, L. M. S. Um outro olhar sobre a comunicação pública: a constituição discursiva de sujeitos políticos no âmbito das organizações. Dispositiva, v. 6, p. 76-92, 2017.

MATOS, H. A comunicação pública na perspectiva da teoria do reconhecimento. In: KUNSCH, M. M. K. (org.) Comunicação pública, sociedade e cidadania. São Caetano do Sul, SP: Difusão, 2011, p. 39-59.

NYKVIST, B., HELAND, J. Social-ecological memory as a source of general and specified resilience. Ecology and Society, v. 19, n. 2, 47, p. 1-12, 2014.

ONU. Framework Convention on Climate Change. Paris Agreement. Paris, 2015.

POLINO, C.; CASTELFRANCHI, Y. Percepción pública de la ciencia en Iberoamérica. Evidencias y desafíos de la agenda de corto plazo. Revista Iberoamericana de Ciencia Tecnología y Sociedad, v. 14, p. 113-134, 2019.

PRIEST, S. Critical science literacy: what citizens and journalists need to know to make sense of science. Bulletin of Science, Technology & Society, v. 33, n. 5-6, p. 138-145, 2013.

STEINER, J.; JARAMILLO, M. C.; MAIA, R. C. M.; MAMELI, S. Deliberation across deeply divided societies: transformative moments. Cambridge: Cambridge University Press, 2017.

SUSSKIND, L. Water and democracy: new roles for civil society in water governance. International Journal of Water Resources Development, v. 29, n. 4, p. 666-677, 2013.

WEBER, M. H. Nas redes de comunicação pública, as disputas possíveis de poder e visibilidade. In: WEBER, M. H.; COELHO, M. P.; LOCATELLI, C. (orgs.) Comunicação pública e política: pesquisas e práticas. Florianópolis: Insular, 2017. p. 23-56.

VIGNOLA, R.; MCDANIELS, T. L.; SCHOLZ, R. W. Governance structures for ecosystem-based adaptation: Using policy-network analysis to identify key organizations for bridging information across scales and policy areas. Environmental Science & Policy, n. 31, p. 71-84, 2013.

Downloads

Publicado

2021-06-15