HETEROTOPIAS EM ÁREAS URBANAS RESIDUAIS COMO PRÁTICAS COMUNICACIONAIS CRIATIVAS
DOI:
https://doi.org/10.13037/ci.vol25.e20249761Palavras-chave:
Heterotopia; Experimentação; Jardins urbanos.Resumo
Este artigo aproxima a noção de heterotopia à criação de relações heterogêneas com espaços urbanos simbólicos e de movimento, que são constantemente configurados e reconfigurados nos processos de comunicação e redesenho dos modos de habitar a cidade. Argumentamos que a experiência heterotópica põe em movimento uma rede de alianças e voltadas à transformação e à reexistência. Em áreas urbanas residuais a existência de heterotopias está ligada não à busca de um “paraíso” perdido, mas à criação de espaços seguros que colocam em risco as assimetrias de poder que permeiam a vida dos sujeitos e de sua rede de afetos. Analisamos, a partir de um estudo de caso, como a construção de um jardim pode alterar as possibilidades de agência de sujeitos em situação de vulnerabilidade, redefinindo os vínculos de interdependência, as práticas cotidianas e os imaginários historicamente situados. Tentamos pensar o jardim e também a jardinagem como a prática heterotópica de ressignificação do espaço urbano e de transformação de si mesmo e dos vínculos com os outros. O cuidado do jardineiro é também um gesto ético e político que organiza a partilha de responsabilidades através da abertura à toda alteridade.
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