HETEROTOPIAS EM ÁREAS URBANAS RESIDUAIS COMO PRÁTICAS COMUNICACIONAIS CRIATIVAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.13037/ci.vol25.e20249761

Palavras-chave:

Heterotopia; Experimentação; Jardins urbanos.

Resumo

Este artigo aproxima a noção de heterotopia à criação de relações heterogêneas com espaços urbanos simbólicos e de movimento, que são constantemente configurados e reconfigurados nos processos de comunicação e redesenho dos modos de habitar a cidade. Argumentamos que a experiência heterotópica põe em movimento uma rede de alianças e voltadas à transformação e à reexistência. Em áreas urbanas residuais a existência de heterotopias está ligada não à busca de um “paraíso” perdido, mas à criação de espaços seguros que colocam em risco as assimetrias de poder que permeiam a vida dos sujeitos e de sua rede de afetos. Analisamos, a partir de um estudo de caso, como a construção de um jardim pode alterar as possibilidades de agência de sujeitos em situação de vulnerabilidade, redefinindo os vínculos de interdependência, as práticas cotidianas e os imaginários historicamente situados. Tentamos pensar o jardim e também a jardinagem como a prática heterotópica de ressignificação do espaço urbano e de transformação de si mesmo e dos vínculos com os outros. O cuidado do jardineiro é também um gesto ético e político que organiza a partilha de responsabilidades através da abertura à toda alteridade.

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Biografia do Autor

Mariana Falcão Duarte, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Belo Horizonte - MG

Doutoranda em Comunicação Social pelo PPGCOM-UFMG.

Ângela Cristina Salgueiro Marques, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Belo Horizonte - MG

Doutora em Comunicação Social pela UFMG. Pós-doutora em Ciências da Comunicação pela Université Stendhal, Grenoble III. Professora do Programa de Pós-graduação em Comunicação Social da UFMG.

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Publicado

2024-12-30

Como Citar

Falcão Duarte, M., & Salgueiro Marques, Ângela C. (2024). HETEROTOPIAS EM ÁREAS URBANAS RESIDUAIS COMO PRÁTICAS COMUNICACIONAIS CRIATIVAS. Comunicação & Inovação, 25, e20249761. https://doi.org/10.13037/ci.vol25.e20249761