DESENVOLVIMENTISMO E CINEMA DE FICÇÃO CIENTÍFICA: uma análise semiótica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.13037/ci.vol24.e20238778

Palavras-chave:

Semiótica, desenvolvimentismo, ficçao científica

Resumo

Neste artigo, partimos do mito que prega o Brasil como país do futuro para analisar, pelo viés da Semiótica Narrativa e dos Estudos Culturais, como o ensaio desenvolvimentista presente nos três primeiros ciclos de gestão petista do governo federal brasileiro foi retratado no cinema de ficção científica. O corpus é composto pelos filmes O Homem do Futuro (2011), de Cláudio Torres, e Branco Sai, Preto Fica (2014), de Adirley Queirós. O resultado final demonstra duas versões antagônicas a respeito das políticas adotadas no período analisado.

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Biografia do Autor

Maria Estela Silva Andrade, Universidade Paulista

Graduada em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos (2014), com ênfase nas áreas de roteiro e produção audiovisual, e mestre em Filosofia pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais da EACH-USP (2019), onde pesquisou representações do discurso desenvolvimentista brasileiro no cinema de ficção científica. A pesquisa foi selecionada para a Escuela de Verano 2018 da Associação Latinoamericana de Investigadores em Comunicação. Atualmente está matriculada no doutorado em Comunicação da Universidade Paulista e desenvolve a pesquisa intitulada "O discurso disruptivo em favor do conservadorismo", orientada pelo Prof. Dr. Paolo Demuru. Possui experiência profissional como roteirista, tendo desenvolvido roteiros ficcionais, videoaulas e institucionais. 

 

Paolo Demuru, Universidade Paulista

Doutor em Semiótica pela Universidade de Bologna, Itália, e em Semiótica e Linguística Geral pela Universidade de São Paulo. É Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Midiática da Universidade Paulista e pesquisador do Centro de Pesquisas Sociossemióticas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É coordenador do Grupo de Trabalho "Práticas Interacionais, linguagens e produção de sentido na comunicação" da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (COMPÓS). Atua principalmente nas seguintes áreas: semiótica, estudos da linguagem e teorias do discurso; teoria da comunicação; estudos culturais e história da cultura; privilegiando análises relativas à comunicação política e ao populismo digital do século XXI, à dinâmica dos processos socioculturais e à construção das identidades coletivas. Pesquisa atualmente, em parceria com estudiosos europeus e latino-americanos, sobre a linguagem e as práticas discursivas do populismo digital do século XXI, as teorias de conspiração e outras estratégias de desinformação.

Luís Paulo Piassi, Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP

Professor Titular da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP. Bacharel e Licenciado em Física pela USP (1990), Mestre em Ensino de Ciências pela USP (1995), Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da USP, Livre-Docente em Artes, Cultura e Lazer pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (2012). Orientador do programa de pós-graduação em Estudos Culturais da EACH/USP e do programa de pós-graduação em Educação da Faculdade de Educação USP. Realiza pesquisa em estudos culturais da comunicação e educação em ciências, com foco em ficção científica e fantasia, culturas juvenis e infantis. É líder do grupo de pesquisa INTERFACES - Interfaces e Núcleos Temáticos de Estudos e Recursos da Fantasia nas Artes, Ciências, Educação e Sociedade e do projeto Banca da Ciência.

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Publicado

2023-05-08