UMA PERSPECTIVA SOCIOPOLÍTICA DOS STAKEHOLDERS: Narrativas e Tensões na Implantação de uma Empresa de Mineração: Narratives and Tensions in the Implementation of a Mining Company

José Batista Souza Neto; Jacquelaine Florindo Borges

doi:10.13037/gr.vol40.e20248359

Autores/as

José Batista Souza Neto FGV/EAESP https://orcid.org/0000-0003-4518-1960
Jacquelaine Florindo Borges UFU - Universidade Federal de Uberlândia https://orcid.org/0000-0001-8550-8329

DOI:

https://doi.org/10.13037/gr.vol40.e20248359

Palabras clave:

Estratégia como narrativa, Perspectiva sociopolítica dos stakeholders, Teoria dos stakeholders, Redes de stakeholders, Análise narrativa

Resumen

Este artigo analisa como as estratégias são influenciadas pelas tensões relacionais entre os stakeholders que protagonizam as narrativas de implantação de uma empresa de mineração: a empresa e o poder público. Adota-se uma perspectiva da estratégia como narrativa e uma perspectiva sociopolítica dos stakeholders. A partir de uma abordagem qualitativa e longitudinal foi realizada uma pesquisa de campo. O método de análise narrativa foi utilizado para a coleta e análise dos dados por meio da pesquisa documental e entrevistas com stakeholders. Os resultados evidenciam que as tensões relacionais entre essas partes interessadas influenciam a produção de suas estratégias a partir da busca por legitimação dos interesses de cada stakeholder, da formação de redes entre stakeholders e apoiadores. Os resultados apontam para uma abordagem sociopolítica e longitudinal das narrativas dos stakeholders que oferece uma alternativa para a abordagem gerencialista e classificatória dos stakeholders.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

José Batista Souza Neto, FGV/EAESP

Doutor pela FGV/EAESP na linha Estratégia Empresarial. Mestre em Administração na linha Organização e Mudança na Universidade Federal de Uberlândia . Especialista em Gestão com MBA pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFR. Graduado em Administração de Empresa e Letras com Pós-graduado em Língua Inglesa. Diretor executivo do Instituto Cultural Brasil Estados Unidos por 27 anos. Ocupou o cargo de Agente Político da Prefeitura Municipal de Patrocínio por 8 anos. Empreendedor social na área de desenvolvimento local, membro do fórum permanente de apoio à micro e pequena empresa - FOPEMIMPE de Minas Gerais. Gestor de Projetos Internacionais da Fundação Rotária. Está Presidente da Associação Cultural e Educacional, que se dedica a consultoria e captação de recursos para projetos sociais, educacionais e culturais. Ênfase em Gestão Participativa, Marketing, Estratégia, Rede de Relacionamento, Gestão da Inovação, Processo Criativo, Gestão de Stakeholder e Empreendedorismo.

Jacquelaine Florindo Borges, UFU - Universidade Federal de Uberlândia

Professora de Graduação e Pós-Graduação do Departamento de Organizações e Estratégia da Escola de Administração e Negócios da Universidade Federal de Uberlândia - FAGEN/UFU (Brasil). Formação: Pós-Doutorada em Administração pela Universidade Federal do Paraná - UFPR; Doutora em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA/USP; Mestre em Administração pela Faculdade de Gestão e Negócios da Universidade Federal de Uberlândia - FAGEN/UFU; Licenciada em Ciências Económicas pelas Faculdades Integradas do Triângulo (FIT). Interesses em pesquisas de abordagem qualitativa com foco em estratégia organizacional e organizações, com ênfase nas contribuições da Sociologia, Antropologia e Psicologia: análise do discurso, análise narrativa e análise retórica, práticas e políticas estratégicas, identidade e simbolismo organizacional, representações e interações sociais; perspectivas críticas sobre o ensino e o trabalho de executivos, gestores, empreendedores e estrategistas. Experiência profissional em gestão empresarial e experiência acadêmica com orientação de projetos de pesquisa de alunos de graduação (iniciação científica) e pós-graduação (dissertação e tese) e participante do Centro de Pesquisa em Gestão e Estratégia nas Organizações. Revisora de artigos para diversos periódicos e eventos científicos. Membro Associado da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD).

Citas

BARNEY, J. B.; HARRISON, J. S. Stakeholder theory at the crossroads. Cidade: Editora. 2020.

BONNAFOUS-BOUCHER, M; RENDTORFF, J. D. Stakeholder Theory. Cidade: Springer International Publishing, 2016. DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-319-44356-0

BRIDOUX, F; STOELHORST, J. W. Microfoundations for stakeholder theory: managing stakeholders with heterogeneous motives. Strategic Management Journal, v. 35, n. 1, p. 107-125, 2014. DOI: https://doi.org/10.1002/smj.2089

BROWN, A. D.; THOMPSON, E. R. A narrative approach to strategy-as-practice. Business History, v. 55, n. 7, p. 1143-1167, 2013. DOI: https://doi.org/10.1080/00076791.2013.838031

CHIA, R. Strategy‐as‐practice: reflections on the research agenda. European Management Review, v. 1, n. 1, p. 29-34, 2004. DOI: https://doi.org/10.1057/palgrave.emr.1500012

CHIA, R.; RASCHE, A. Epistemological alternatives for researching strategy as practice: building and dwelling worldviews. In. GOLSORKHI, D.; SEIDL, D.; ROLEAU, L.; VAARA, E. (Eds.). The Cambridge Handbook on Strategy as Practice. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2010. [p. 44-57]. 2010. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511777882.003

CLANDININ, D. J.; CONNELLY, M. Narrative Inquiry. Washington: American Educational Research Associates, 2000. DOI: https://doi.org/10.1016/B978-008043349-3/50013-X

CLANDININ, D. J.; CONNELLY, M. Pesquisa Narrativa. Uberlândia: EDUFU, 2015.

CLARKSON, M. B. E. A Stakeholder framework for analysing and evaluating corporate social performance. Academy of Management Review, v. 20, n. 1, p. 92-117, 1995. DOI: https://doi.org/10.5465/amr.1995.9503271994

CREDIT SUISSE. Global Equity Research Fertilizers. Londres, Inglaterra, 2012, 28 p.

CZARNIAWSKA, B. Narrative inquiry in and about organizations. In: CLANDININ, J. D. (Ed.). Handbook of narrative inquiry: mapping a methodology [pp. 383-404]. Thousand Oaks; London; New Delhi: Sage/University of Alberta, 2007. DOI: https://doi.org/10.4135/9781452226552.n15

DENZIN; N. K.; LINCOLN, Y. O planejamento da pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2010.

DNPM. Departamento Nacional De Produção Mineral. Sumário Mineral. Brasília, 2016,135 p.

DONALDSON, T.; PRESTON, L. E. The Stakeholder theory of the corporation: Concepts, evidence, and implications. Academy of Management Review, v. 20, n. 1, p. 65-91, 1995. DOI: https://doi.org/10.5465/amr.1995.9503271992

FENTON, C.; LANGLEY, A. Strategy as practice and the narrative turn. Organization studies, v. 32, n. 9, p. 1171-1196, 2011. DOI: https://doi.org/10.1177/0170840611410838

FREEMAN, R. E. Strategic management: a stakeholder approach. Boston: Pitman Publishing, 1984.

FREEMAN, R. E.; MCVEA, J. A stakeholder approach to strategic management. SSRN Electronic Journal, 2001. Disponível em: https://dx.doi.org/10.2139/ssrn.263511 DOI: https://doi.org/10.2139/ssrn.263511

FREEMAN, R. E.; REED, D. L. Stockholders and Stakeholders: a new perspective on corporate governance. California Management Review, v. 25, n. 3 p.88-106, 1983. DOI: https://doi.org/10.2307/41165018

FREEMAN, R. E.; WICKS, A. C.; PARMAR, B. Stakeholder theory and “the corporate objective revisited”. Organization science, v. 15, n. 3, p. 364-369, 2004. DOI: https://doi.org/10.1287/orsc.1040.0066

FREEMAN, R. E. et al. Stakeholder theory: The state of the art. The Academy of Management Annals, p. 403-445, 2010. DOI: https://doi.org/10.5465/19416520.2010.495581

FREEMAN, R. E.; PHILLIPS, R.; SISODIA, R. Tensions in stakeholder theory. Business & Society, v. 59, n. 2, p. 213-231, 2020. DOI: https://doi.org/10.1177/0007650318773750

GIOIA, D. A.; PITRE, E. Multiparadigm perspectives on theory building. Academy of Management Review, v. 15, n. 4, p. 584-602, 1990. DOI: https://doi.org/10.5465/amr.1990.4310758

GOODPASTER, K. Business ethics and stakeholder analysis. Business Ethics Quarterly, v. 1, n.1, p. 53-73, 1991. DOI: https://doi.org/10.2307/3857592

HAUTZ, J.; MATZLER, K.; SUTTER, J. HUTLER, K.; FÜLLER, J.Practices of inclusion in open strategy. In: SEIDL, D.; KROGH, G. V.; WHITTINGHTON, R. Cambridge Handbook of Open Strategy [p. 87-105]. Cambridge: Cambridge University Press, 2019. DOI: https://doi.org/10.1017/9781108347921.006

HOON, C. Committees as strategic practice: the role of strategic conversation in a public administration. Human Relations, v. 60, n. 6, p. 921-952, 2007. DOI: https://doi.org/10.1177/0018726707080081

JAWAHAR, I. M.; MCLAUGHLIN, G. L. Toward a descriptive stakeholder theory: an organizational life cycle approach. Academy of management review, v. 26, n. 3, p. 397-414, 2001. DOI: https://doi.org/10.5465/amr.2001.4845803

JOVCHELOVITCH, S.; BAUER, M. W. Entrevista narrativa. In: BAUER, M.; GASKELL, G. (orgs.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som [p. 90-113]. Petrópolis: Vozes, 2010.

LANGE, D.; BUNDY, J. N.; PARK, E. The Social Nature of Stakeholder Utility. Academy of Management Review, in-press, 25 mar. 2020.

LOIZOS, P. Vídeo, filme e fotografias como documentos de pesquisa. In: BAUER, M.; GASKELL, G. (orgs.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som [p.137-155]. Petrópolis: Vozes, 2010.

MCCABE, D. Strategy-as-power: Ambiguity, contradiction and the exercise of power in a UK building society. Organization, v. 17, n. 2, p. 151-175, 2009. DOI: https://doi.org/10.1177/1350508409338885

MITCHELL, R. K.; AGLE, B. R.; WOOD, D. J. Toward a theory of Stakeholder identification and salience: Defining the principle of who and what really counts. Academy of Management Review, v. 22, n. 4, p. 853-886, 1997. DOI: https://doi.org/10.5465/amr.1997.9711022105

OLIVEIRA, S. A.; BULGACOV, Y. L. M. Wittgenstein e a administração: potencialidades da pragmática da linguagem aos estudos organizacionais e à estratégia. RAC-Revista de Administração Contemporânea, v. 17, n. 5, p. 556-573, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-65552013000500004

PATROCÍNIO. PREFEITURA MUNICIPAL DE PATROCÍNIO. Diagnóstico Municipal. Patrocínio. Patrocínio, 2014.

PERERA, K. The interview as an opportunity for participant reflexivity. Qualitative Research, v. 20, n. 2, p. 143-159, 2020. DOI: https://doi.org/10.1177/1468794119830539

PHILLIPS, R., FREEMAN, R. E.; WICKS, A. C. What Stakeholder theory is not. Business Ethics Quarterly, v. 13, n. 4, p. 479-502, 2003. DOI: https://doi.org/10.5840/beq200313434

SACHS, S.; RÜHLI, E. Stakeholders matter: A new paradigm for strategy in society. Cambridge: Cambridge University Press, 2011. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9781139026963

SAMRA‐FREDERICKS, D. Strategizing as lived experience and strategists’ everyday efforts to shape strategic direction. Journal of management studies, v. 40, n. 1, p. 141-174, 2003. DOI: https://doi.org/10.1111/1467-6486.t01-1-00007

SAVAGE, G. T. et al. Strategies for assessing and managing organizational stakeholders. Academy of Management Perspective, v. 5, n. 2, p. 61-75, 1991. DOI: https://doi.org/10.5465/ame.1991.4274682

SEEFELD, R.; CENI, J. C. Qual é o lugar das narrativas na mudança organizacional? Uma metassíntese de estudos de casos qualitativos. Revista Gestão & Conexões, v. 9, n. 2, p. 94-119, 2020. DOI: https://doi.org/10.13071/regec.2317-5087.2020.9.2.28077.94-119

SEIDL, D.; VON KROGH, G.; WHITTINGTON, R. Cambridge Handbook of Open Strategy. Cambrigde: Cambridge University Press, 2019. DOI: https://doi.org/10.1017/9781108347921

SPLITTER, V. et al. Employee participation in strategy making over time: Discursive competence and influence. In: Academy of Management Proceedings. Briarcliff Manor, NY 10510: Academy of Management, 2019. p. 17883. Disponível em: https://doi.org/10.31235/osf.io/jr8bs DOI: https://doi.org/10.5465/AMBPP.2019.17883abstract

VAARA, E.; SONENSHEIN, S.; BOJE, D. Narratives as sources of stability and change in organizations: Approaches and directions for future research. The Academy of Management Annals, v. 10, n. 1, p. 495-560, 2016. DOI: https://doi.org/10.5465/19416520.2016.1120963