O TREINAMENTO MUSCULAR RESPIRATÓRIO COM ESPIROMETRO DE INCENTIVO A FLUXO COMPARADO COM RESISTOR LINEAR: ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO

Treinamento Muscular Respiratório

Autores

  • Erikson Custódio Alcântara Universidade Estadual de Goiás e (UEG), Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil e Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) - Escola de Ciências Sociais e da Saúde, Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-1960-2231
  • Elizabeth Rodrigues de Morais Universidade Estadual de Goiás e (UEG), Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil e Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) - Escola de Ciências Sociais e da Saúde, Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-2944-4751
  • Anna Beatriz Gomes Barbosa Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-6898-8463
  • Cristina Ferreira do Carmo Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) - Escola de Ciências Sociais e da Saúde, Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-2963-4683
  • Adriana Márcia Monteiro Fantinati Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) - Escola de Ciências Sociais e da Saúde, Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-7703-9390
  • Marcelo Silva Fantinati Universidade Estadual de Goiás (UEG), Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-1070-0014

DOI:

https://doi.org/10.13037/ras.vol22.e20248976

Palavras-chave:

Força muscular, Exercícios respiratórios, Terapia respiratória

Resumo

Introdução: O treinamento muscular respiratório (TMR) é indicado quando os valores de força muscular inspiratória e expiratória máxima estão abaixo do previsto, entretanto pode ser indicada em indivíduos com força muscular normal, inclusive atletas, objetivando aumentar a performance. O treinamento muscular com resistores lineares é considerado padrão ouro, entretanto os alineares, sobretudo o espirômetro de incentivo a fluxo é controverso, necessitando de esclarecimentos. Objetivo: Verificar o efeito do PowerBreathe® (resistor linear) e do Respiron® (resistor alinear) na força muscular respiratória e na função pulmonar de adultos saudáveis. Materiais e Métodos: Ensaio clínico randomizado e controlado realizado com 44 participantes adultos, ambos os sexos, idade de 18 a 59 anos. Foi avaliado pré e pós-protocolo de treinamento a pressão inspiratória e expiratória máxima (PImáx e PEmáx) e a função pulmonar pela espirometria e ventilometria. Os participantes foram distribuídos em três grupos: GR (grupo Respiron®), GPB (PowerBreathe®) e GC (grupo controle). O treinamento foi realizado durante 5 semanas, 3 vezes na semana, utilizou-se carga de 50% da PImáx para ambos os equipamentos. Resultados: Na análise intra-grupo pós-protocolo houve aumento da PImáx e da PEmáx em todos os grupos (p<0,05). Ao comparar a PImáx e a PEmáx pré e pós treinamento entre os grupos também não houve diferença significativa (p>0,05). Ao comparar o delta (diferença entre pós e pré), observou-se que não houve diferença entre o grupo Respiron® e PowerBreathe® (p=0,68) e ambos equipamentos apresentaram um delta maior que o controle (p<0,01), indicando semelhança entre os dois instrumentos. Na função pulmonar não houve diferença intra-grupo e inter-grupo (p>0,05). Conclusão: O PowerBreathe® e o Respiron® promoveram de forma semelhante aumento da força muscular inspiratória em adultos saudáveis, porém não houve impacto na função pulmonar com nenhum instrumento.

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Biografia do Autor

Erikson Custódio Alcântara, Universidade Estadual de Goiás e (UEG), Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil e Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) - Escola de Ciências Sociais e da Saúde, Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil.

Fisioterapeuta graduado pelo Centro Universitário do Triângulo Mineiro (1996-2000), Uberlândia, Minas Gerais, Brasil. Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva pela ASSOBRAFIR/COFFITO (2012), Mestre em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (2003-2005), Uberlândia, Minas Gerais, Brasil e Doutor em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (2014-2017), Goiânia, Goiás, Brasil. E-mail: eriksonalcantara@hotmail.com

Elizabeth Rodrigues de Morais, Universidade Estadual de Goiás e (UEG), Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil e Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) - Escola de Ciências Sociais e da Saúde, Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil.

Fisioterapeuta graduada pela Universidade Estadual de Goiás (1997-2001), Goiânia, Goiás, Brasil. Especialista Profissional em Fisioterapia Respiratória pela ASSOBRAFIR/COFFITO (2015), Mestre e Doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (2008-2010 e 2014-2018 respectivamente), Goiânia, Goiás, Brasil. E-mail: elizabeth.r.morais@hotmail.com

Anna Beatriz Gomes Barbosa, Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil.

Fisioterapeuta graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2015-2020), Goiânia, Goiás, Brasil. E-mail: anainovadora@hotmail.com 

Cristina Ferreira do Carmo, Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) - Escola de Ciências Sociais e da Saúde, Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil.

Fisioterapeuta graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2015-2022), Goiânia, Goiás, Brasil. Especialização em Fisioterapia Cardiopulmonar e Terapia Intensiva pelo Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada (2020-2022), Goiânia, Goiás, Brasil. E-mail: cristinadocarmo90@gmail.com

Adriana Márcia Monteiro Fantinati, Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) - Escola de Ciências Sociais e da Saúde, Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil.

Fisioterapeuta graduada pela Faculdades Claretianas (1990-1993), Batatais, São Paulo, Brasil. Especialização em Fisioterapia Tramato-Ortopédica pela Universidade Estadual de Goiás (2006-2007), Goiânia, Goiás. Mestre em Ciências Ambientais e Saúde pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2013-2015), Goiânia, Goiás. E-mail: drifantinati@gmail.com

Marcelo Silva Fantinati, Universidade Estadual de Goiás (UEG), Curso de Fisioterapia, Goiânia, Goiás, Brasil.

Fisioterapeuta graduado pela Faculdades Claretianas (1989-1993), Batatais, São Paulo, Brasil. Especialização em Fisioterapia pela Faculdades Claretianas (1993), Batatais, São Paulo, Brasil.  Mestrado em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2000-2002), Goiânia, Goiás, Brasil. Doutorado em Patologia pela Universidade Federal de Goiás (2012-1015), Goiânia, Goiás, Brasil. E-mail: prof.fantinati@gmail.com

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Publicado

2024-07-16