PRÁTICAS ALIMENTARES E INTRODUÇÃO DA ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR DE LACTENTES EXPOSTOS À TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV
DOI:
https://doi.org/10.13037/ras.vol15n53.4686Palabras clave:
HIV, transmissão vertical, alimentação artificial, comportamento alimentar, nutrição do lactenteResumen
Introdução: A impossibilidade da prática do aleitamento materno por mães HIV positivas contribui para alterações no padrão alimentar de seus filhos nos primeiros meses de vida. Objetivo: Analisar as práticas alimentares de lactentes expostos ao HIV, verificando-se o tipo de aleitamento praticado pelas mães, a diluição e o preparo do leite oferecido, o período e a forma de introdução da alimentação complementar, bem como os grupos alimentares oferecidos aos lactentes. Materiais e métodos: Estudo transversal, descritivo, realizado com crianças de 6 a 24 meses de idade. Os dados foram obtidos através de entrevista semiestruturada e consulta ao prontuário. Resultados: Todos os lactentes (n=32) iniciaram o uso da fórmula infantil após o nascimento, entretanto, 18,8% das mães diluíam a fórmula incorretamente. Não houve relato de aleitamento materno, porém 59,4% das crianças receberam leite de vaca antes dos doze meses. Em 31,2% dos casos a alimentação complementar foi introduzida antes do sexto mês, e alimentos como ovos, peixes, legumes e verduras ainda não foram oferecidos a todas as crianças. Além disso, alimentos industrializados fontes de carboidratos simples, sódio e gordura foram introduzidos a partir do quinto mês. Conclusões: A substituição do leite materno por fórmulas infantis foi adequada. Contudo, evidenciou-se inadequação na diluição das fórmulas, introdução inoportuna do leite de vaca e da alimentação complementar, oferta reduzida de leguminosas, carnes, ovos, legumes e verduras, e consumo inapropriado de alimentos industrializados e/ou ultraprocessados nos primeiros meses de vida. Tais práticas contribuem para alterações do estado nutricional e desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.
Descargas
Citas
Luzuriaga K, McQuilken P, Alimenti A, Somasundaran M, Hesselton R, Sullivan JL. Early viremia and immune responses in vertical human immunodeficiency virus type 1 infection. J Infect Dis. 1993;167(5):1008-13.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Recomendações para profilaxia da transmissão vertical do HIV e terapia antirretroviral em gestantes. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2010. 172 p.
Lima GS, Braga TDA, Meneses JA. Neonatologia: Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004. 400 p.
Silveira PP, Portella AK, Goldani MZ, Barbieri MA. Developmental origins of health and disease (DOHaD). J Pediatr (Rio J). 2007;83(6):494-504.
World Health Organization. The optimal duration of exclusive breastfeeding: results of a WHO systematic review. Indian Pediatr. 2001;38(5):565-7.
Brasil. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. Guia alimentar para crianças menores de 2 anos de idade. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2005. 152 p.
World Health Organization. Guidelines on HIV and infant feeding: principles and recommendations for infant feeding in the context of HIV and a summary of evidence. Geneva: WHO; 2010.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 97, de 28 de agosto de 1995 [Internet]. Diário Oficial da União. Brasília, DF; n. 166, 20 ago 1995 [citado em 2017 out 18]. Disponível em: https://goo.gl/oAGTHx
Lacerda EMA. Infecção pelo HIV na infância. In: Accioly E, Saunders C, Lacerda EMA. Nutrição em obstetrícia e pediatria. 2ª ed. São Paulo: Cultura Médica; 2009. p. 447-64.
Patin RV, Palchetti CZ, Oliveira FLC. Criança e adolescente com SIDA. In: Palma D, Escrivão MAMS, Oliveira FLC, editores. Guia de nutrição clínica na infância e na adolescência. Barueri: Manole; 2009. p. 571-82.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual normativo para profissionais de saúde de maternidades: referência para mulheres que não podem amamentar. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2005. 32 p.
Fundo das Nações Unidas para a Infância. Como prevenir a transmissão vertical do HIV e da sífilis no seu município. Brasília, DF: Unicef; 2008. 36 p.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Implicações éticas do diagnóstico e da triagem sorológica do HIV. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2004. 68 p.
Paim BS, Souza GC. Práticas alimentares de crianças expostas à transmissão vertical do HIV acompanhadas em quatro serviços especializados de Porto Alegre/RS. Rev HCPA. 2010;30(3):252-7.
Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis: manual de bolso. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2007. 178 p.
Caetano MC, Ortiz TTO, Silva SGL, Souza FIS, Sarni ROS. Complementary feeding: inappropriate practices in infants. J Pediatr (Rio J). 2010;86(3):196-201.
Brasil. Ministério da Saúde. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2009. 112 p.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia. Manual de orientação para a alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e na escola. 3ª ed. Rio de Janeiro: SBP, 2012. 148 p.
Santos Neto ET, Faria CP, Barbosa ML, Oliveira AE, Zandonade E. Association between food consumption in the first months of life and socioeconomic status: a longitudinal study. Rev Nutr. 2009;22(5):675-85.
Audi CAF, Corrêa AMS, Latorre MRDO. Alimentos complementares e fatores associados ao aleitamento materno e ao aleitamento materno exclusivo em lactentes até 12 meses de vida em Itapira, São Paulo, 1999. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2003;3(1):85-93.
Vieira GO, Silva LR, Vieira TO, Almeida JAG, Cabral VA. Hábitos alimentares de crianças menores de 1 ano amamentadas e não-amamentadas. J Pediatr (Rio J). 2004;80(5):411-6.
Bernardi JLD, Jordão RE, Barros Filho AA. Alimentação complementar de lactentes em uma cidade desenvolvida no contexto de um país em desenvolvimento. Rev Panam Salud Publica. 2009;26(5):405-11.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Proposta de Política para Periódicos que oferecem Acesso Livre Adiado
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma licença
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).