A influência dos fatores de risco para doenças cardiovasculares sobre a modulação autonômica cardíaca

Autores

  • Pedro Henrique Rodrigues Universidade Estadual Paulista
  • Mariana Borges de Oliveira Universidade Estadual Paulista
  • Leonardo Cazelato Universidade Estadual Paulista
  • Eduardo Federighi Baisi Chagas Universidade Estadual Paulista
  • Robison José Quitério Universidade Estadual Paulista

DOI:

https://doi.org/10.13037/ras.vol14n49.3712

Palavras-chave:

sistema nervoso autônomo, fatores de risco, doenças cardiovasculares

Resumo

Introdução: Alterações do sistema nervoso autônomo são fator de risco independente para eventos cardiocirculatórios, os quais podem ser estudados pela análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). Objetivo: Investigar a influência dos fatores de risco para doenças cardiovasculares e dos fármacos vigentes sobre a modulação autonômica cardíaca de repouso. Métodos: Amostra composta por 23 adultos com pelo menos um fator de risco cardiovascular, com idade entre 50 e 70 anos. Foram realizadas anamneses e avaliações antropométricas. Na condição de repouso sentado, a frequência cardíaca (FC) e os intervalos R-R foram analisados nos domínios do tempo (FC e RMSSD), da frequência (LF, HF e LF/HF) e pelo plot de Poincaré (SD1, SD2 e SD1/SD2). Resultados: Houve correlação entre presença do sedentarismo e alterações na normalidade dos índices LF(nu) e LF/HF (R= 0,479 e R= 0,439), bem como entre a quantidade de fatores de risco e a FC (R= 0,512). Testando a influência do uso dos medicamentos vigentes com alterações na FC e VFC, foi encontrada correlação do inibidor da enzima conversora de angiotensina com LF(nu) e LF/HF (R= ?0,505 e R= ?0,550). Conclusão: O sedentarismo está associado à hiperativação da modulação simpática, e um maior número de fatores de risco para doenças cardiovasculares está associado à elevação da FC de repouso, caracterizando maior estresse sobre o sistema cardiovascular. Já o uso do inibidor da enzima conversora de angiotensina II está relacionado às reduções da modulação simpática e ao balanço simpato-vagal, o que é um indicativo favorável para o controle da morbidade.

 

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Publicado

2016-06-14

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS