CONSUMO ALIMENTAR DE HIPERTENSOS E DIABÉTICOS NA PERSPECTIVA DO PROCESSAMENTO INDUSTRIAL DOS ALIMENTOS

Autores

Palavras-chave:

Nutrição

Resumo

Introdução: A hipertensão arterial sistêmica e o diabetes mellitus constituem um problema de saúde pública mundial e nacional, os quais sofrem influência direta da alimentação. Objetivo: Analisar o consumo alimentar na perspectiva do processamento industrial dos alimentos e fatores associados em hipertensos e/ou diabéticos de Pernambuco. Métodos: Estudo transversal, realizado em Recife, Caruaru, Serra Talhada e Petrolina, entre 2015 e 2016, com amostra aleatória e representativa de 397 usuários acompanhados na Estratégia de Saúde da Família, com idade ?20 anos e diagnóstico de hipertensão e/ou diabetes. Avaliou-se o consumo alimentar através de um questionário de frequência alimentar, com mensuração convertida em frequências diárias de consumo de alimentos in natura/minimamente processados, processados e ultraprocessados. Foram analisados também aspectos socioeconômicos, demográficos, antropométricos, clínicos e comportamentais. Resultados: A maioria dos entrevistados eram mulheres, idosas, com baixo nível de escolaridade e renda. Houve maior consumo do grupo de alimentos in natura/minimamente processados em relação aos demais (p < 0,005). O consumo de alimentos in natura/minimamente processados aumentou conforme o nível de escolaridade (p = 0,004), renda (p < 0,001) e entre os que consomem álcool (p = 0,020). Todavia, consumiam mais ultraprocessados indivíduos < 60 anos (p = 0,015) e com renda > 2 salários mínimos (p < 0,001). Conclusão: Preservou-se um perfil alimentar com predominância de alimentos saudáveis. Porém, alerta-se para a necessidade da promoção da alimentação saudável, principalmente entre hipertensos e/ou diabéticos mais jovens e com maior renda.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Alonso A, Fuente C, Martín-Arnau AM, Irala J, Martínez JA, Martínez-González MA. Fruit and vegetable consumption is inversely associated with blood pressure in a Mediterranean population with a high vegetable-fat intake: the Seguimiento Universidad de Navarra (SUN) Study. Br J Nutr 2004; 92(2): 311–19.

https://doi.org/10.1079/BJN20041196

Van Dam RM, Rimm EB, Willett WC, Stampfer MJ, Hu FB. Dietary patterns and risk for type 2 diabetes mellitus in U.S. men. Ann Intern Med 2002; 136(3): 201-9.

Doi: 10.7326/0003-4819-136-3-200202050-00008

Afshin A, Sur PJ, Fay KA, Cornaby L, Ferrara G, Salama JS, et al. Health effects of dietary risks in 195 countries, 1990–2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017. Lancet 2019; 393: 1958-72.

https://doi.org/10.1016/S0140-6736(19)30041-8

Malta DC, Felisbino-Mendes MS, Machado ÍE, Passos VMA, Abreu DMX, Ishitani LH, et al. Fatores de risco relacionados à carga global de doença do Brasil e Unidades Federadas, 2015. Rev Bras Epidemiol 2017; 20(Supl.1): 217-232.

http://dx.doi.org/10.1590/1980-5497201700050018

Monteiro CA, Cannon G, Levy R, Moubarac JC, Jaime P, Martins AP, et al. The star shines bright. World Nutrition 2016; 7(1-3): 28-40.

Mendonça RD, Lopes ACS, Pimenta AM, Gea A, Martinez-Gonzalez MA, Bes-Rastrollo M. Ultraprocessed food consumption and the incidence of hypertension in a Mediterranean cohort: the Seguimiento Universidad de Navarra Project. Am J Hypertens 2017; 30(4): 358-66.

https://doi.org/10.1093/ajh/hpw137

Monteiro CA, Moubarac JC, Levy RB, Canella DS, Louzada MLDC, Cannon G. Household availability of ultra-processed foods and obesity in nineteen European countries. Public Health Nut 2018; 21(1): 18-26. https://doi.org/10.1017/S1368980017001379

World Health Organization. Global Status Report on noncommunicable diseases 2014. Geneva: World Health Organization; 2014.

World Health Organization. Noncommunicable diseases country profiles 2018. Geneva: World Health Organization; 2018.

Brasil. Ministério da Saúde (MS). Vigitel Brasil 2018: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: MS; 2019.

Bezerra IN, Souza AM, Pereira RA, Sichieri R. Consumo de alimentos fora do domicílio no Brasil. Rev Saúde Pública 2013; 47(1 Supl): 200S-11S.

http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102013000700006

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de orçamentos

familiares 2008-2009: Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil. Rio de Janerio: IBGE; 2011.

Gadenz SD, Benvegnú LA. Hábitos alimentares na prevenção de doenças cardiovasculares e fatores associados em idosos hipertensos. Ciênc Saúde Coletiva 2013; 18(12): 3523-33.

Monteiro CA. Nutrition and health. The issue is not food, nor nutrients, so much as processing. Public Health Nut 2009; 12(5): 729–731.

https://doi.org/10.1017/S1368980009005291

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2014. 156 p.

World Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: World Health Organization; 1995.

Lipschitz DA. Screening for nutritional status in the elderly. Prim Care. 1994; 21(1): 55-67.

World Health Organization. WHO STEPS surveillance manual: the WHO STEPwise approach to chronic disease risk factor surveillance. Geneva: World Health Organization; 2005.

World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic: report of a WHO consultation. Geneva: World Health Organization; 2000.

Furlan-Viebig R, Pastor-Valero M. Desenvolvimento de um questionário de freqüência alimentar para o estudo de dieta e doenças não transmissíveis. Rev Saúde Pública 2004; 38(4): 581-4.

http://dx.doi.org/10.1590/S003489102004000400016

FERREIRA, R. C. et al. Consumo de alimentos preditores e protetores de risco cardiovascular por hipertensos do estado de Alagoas, Brasil. Ciênc Saúde Coletiva 2019; 24(7): 2419-30.

http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018247.20242017

Bielemann RM, Motta JVS, Minten GC, Horta BL, Gigante DP. Consumo de alimentos ultraprocessados e impacto na dieta de adultos jovens. Rev Saúde Pública 2015; 49: 28.

http://dx.doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005572

Batal M, Johnson-Down L, Moubarac JC, Ing A, Fediuk K, Sadik T, et al. Quantifying associations of the dietary share of ultra-processed foods with overall diet quality in First Nations peoples in the Canadian provinces of British Columbia, Alberta, Manitoba and Ontario. Public Health Nut 2018; 21(1): 103–13.

https://doi.org/10.1017/S1368980017001677

Louzada MLDC, Ricardo CZ, Steele EM, Levy RB, Cannon G, Monteiro CA. The share of ultra-processed foods determines the overall nutritional quality of diets in Brazil. Public Health Nut 2018; 21(1): 94-102.

https://doi.org/10.1017/S1368980017001434

Cruz AES. Consumo de alimentos ultraprocessados e proteína c-reativa no estudo longitudinal de saúde do adulto (Elsa-Brasil) [dissertação de mestrado]. Ouro Preto: Universidade Federal de Ouro Preto; 2016.

Schnabel L, Kesse-Guyot E, Allès B, Touvier M, Srour B, Hercberg S, et al. Association Between Ultraprocessed Food Consumption and Risk of Mortality Among Middle-aged Adults in France. JAMA Intern Med 2019; 179(4):490-498.

Doi: 10.1001/jamainternmed.2018.7289

Berti TL, Rocha TF, Curioni CC, Verly Junior E, Bezerra FF, Canella DS, et al. Consumo alimentar segundo o grau de processamento e características sociodemográficas: Estudo Pró-Saúde. Rev Bras Epidemiol 2019; 22: e190046.

http://dx.doi.org/10.1590/1980-549720190046

Destri K, Zanini RV, Assunção MCF. Prevalência de consumo alimentar entre hipertensos e diabéticos na cidade de Nova Boa Vista, Rio Grande do Sul, Brasil, 2013. Epidemiol Serv Saúde 2017; 26(4): 857-68.

http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742017000400016

Mayén AL, Marques-Vidal P, Paccaud F, Bovet P, Stringhini S. Socioeconomic determinants of dietary patterns in low- and middle-income countries: a systematic review. Am J Clin Nutr 2014; 100(6): 1520–31.

https://doi.org/10.3945/ajcn.114.089029

Fisberg RM, Marchioni DML, Colucci ACA. Avaliação do consumo alimentar e da ingestão de nutrientes na prática clínica. Arq Bras Endocrinol Metab 2009; 53(5): 617-24.

http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302009000500014

Schneider BC, Motta JVS, Muniz LC, Bielemann RM, Madruga SW, Orlandi SP, et al. Desenho de um questionário de frequência alimentar digital autoaplicado para avaliar o consumo alimentar de adolescentes e adultos jovens: coortes de nascimentos de Pelotas, Rio Grande do Sul. Rev Bras Epidemiol 2016; 19(2): 419-32.

http://dx.doi.org/10.1590/1980-5497201600020017

Kipnis V, Midthune D, Freedman LS, Bingham S, Schatzkin A, Subar A, et al. Empirical Evidence of Correlated Biases in Dietary Assessment Instruments and Its Implications. Am J Epidemiol 2001; 153(4): 394–403. https://doi.org/10.1093/aje/153.4.394

Downloads

Publicado

2020-10-26

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS