AUTOCUIDADO EM SAÚDE BUCAL DE IDOSOS HIPERTENSOS E DIABÉTICOS QUE VIVEM SOZINHOS

Autores

  • Patrícia de Lima Grupo Hospitalar Conceição
  • Ananyr Porto Fajardo Grupo Hospitalar Conceição

DOI:

https://doi.org/10.13037/ras.vol14n50.3961

Palavras-chave:

Saúde bucal, Serviços de saúde para idosos, Assistência odontológica para idosos, Hipertensão, Diabetes mellitus, Autocuidado

Resumo

Introdução: O aumento no número de idosos morando sozinhos, notadamente no sul do Brasil, indica a necessidade de autonomia no autocuidado em saúde; considerando a prevalência de hipertensão e diabetes, a maneira como cuidam de si destaca-se. Objetivos: Conhecer o autocuidado em saúde bucal de idosos hipertensos e diabéticos que vivem sozinhos, identificando hábitos de saúde bucal, dieta, uso de medicamentos e atendimento odontológico, relacionando-os a estes agravos. Materiais e Métodos: Investigação qualitativa, exploratório-descritiva, realizada no território adscrito a uma unidade de atenção primária em saúde de Porto Alegre/RS. Oito sujeitos foram entrevistados no domicílio; os dados sociodemográficos foram descritos e as respostas abertas analisadas tematicamente. Resultados: Predominantemente mulheres, viúvas, maiores de 70 anos e nível de escolaridade inversamente proporcional à idade. Procuravam atendimento odontológico na unidade de referência para problemas pontuais, usando prótese, quando bem adaptada; constituíam dificuldades de uso náusea, má adaptação e obstáculos para agendar conserto no serviço. Compreendiam que hipertensão e diabetes são agravos crônicos, precisando controlá-los; apresentavam conhecimento nutricional satisfatório, diminuição do apetite e do prazer com alimentação pelas limitações na dieta e hipossalivação, cuja expressiva ocorrência era relacionada à respiração bucal, agravos em questão e farmacoterapia. Usavam corretamente medicamentos indicados e compreendiam sua importância, com evidências de polifarmácia. Praticavam exercício físico, aproveitando recursos comunitários, e desempenhavam atividades básicas diárias. Conclusões: O autocuidado destes idosos é apoiado por familiares e serviços de saúde, cuja função é qualificá-lo para promoção do bem-estar. O contexto sociocultural deve ser considerado para que as propostas terapêuticas sejam efetivamente adotadas.

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Biografia do Autor

Patrícia de Lima, Grupo Hospitalar Conceição

Odontóloga, Especialista em Saúde da Família e Comunidade

Ananyr Porto Fajardo, Grupo Hospitalar Conceição

Odontóloga, Mestre em Odontologia, Doutora em Educação, Coordenadora-Adjunta do Mestrado Profissional Avaliação e Produção de Tecnologias em Saúde para o SUS do Grupo Hospitalar Conceição

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Publicado

2016-11-23

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS